O teratoma, nome derivado da junção das palavras gregas terato (monstro) e oma (tumor). É um tumor misto, ou seja, possui diferentes tipos de tecido e é derivado dos três folhetos embrionários, por esse motivo, não é incomum que se perceba que o tumor, ao ser retirado, contenha a presença de cabelos, unhas, dentes e até dedos; e é devido a essa aparência anormal que recebe tal nome.
O teratoma se desenvolve mais frequentemente na região sacrococcígea em crianças, em ovários nas mulheres e nos testículos em homens, mas pode ser encontrado também em outras partes do corpo.
Pelo fato de o tumor elevar o nível de beta-HCG (hormônio produzido durante a gestação), também são solicitados exames de sangue para a verificação da quantidade de hormônio, que passa a ser produzido também por homens.
Como se forma
O tumor é oriundo de células de tecidos embrionários, que são células-tronco ou pluripotentes, e por esse motivo podem se transformar em qualquer parte do corpo. Essa mutação genética ocorre durante a fase de desenvolvimento do bebê. Apesar do desenvolvimento precoce, nem sempre os sintomas da anomalia são percebidos, o que retardam a descoberta do problema, muitas vezes diagnosticado somente já na vida adulta.
Sintomas
Os sintomas variam de acordo com a região em que o teratoma se desenvolveu. Como é mais comum que o tumor se desenvolva no ovário, nos testículos ou se instale próximo dessa região, os sintomas mais frequentes são a constipação, cansaço excessivo, inflamações, dores no peito, dificuldades para respirar, dificuldade para realizar atividades físicas, infecções ou incontinência urinária ou fecal e fraqueza nas pernas.
O paciente também pode sentir dores na região onde o teratoma está, além de, caso o tumor já esteja grande, ter a sensação de peso ou poder senti-lo ao tocar a região, já que às vezes o teratoma pode ficar muito grande e pesar alguns quilos.
Causas
As causas do desenvolvimento do teratoma ainda não são claras, mas já é conhecido o fato de que, apesar de ser uma mutação genética, o tumor não passa de pais para filhos. São geralmente associados a anomalidades que afetam o sistema nervoso, a coluna vertebral interior e o sistema reprodutivo.
Atualmente, são realizados alguns estudos em ratos para a verificação da mutação das células embrionárias para que se possa chegar a uma conclusão precisa sobre a origem e causas do tumor.
Maligno ou Benigno?
Existem teratomas benignos, chamados de teratomas maduros, e os teratomas malignos, conhecidos como imaturos e que são cancerígenos. Em ambos os casos, é recomendado que o tumor seja retirado através de cirurgia.
Dentre os teratomas benignos nas mulheres, os mais comuns são os tumores de ovário, que recebem o nome de cisto dermoide. Os casos de teratomas malignos em mulheres são mais raros, e esse câncer tende a se desenvolver em meninas e mulheres mais jovens, até os 18 anos.
Já entre os homens, o teratoma benigno mais comum se desenvolve nos testículos, enquanto o tumor maligno mais comum se instala na região do tórax e afeta homens jovens, entre 20 e 30 anos.
É importante ressaltar que, apesar de serem mais comum os teratomas que se desenvolvem nessas regiões, o tumor pode se desenvolver em outras partes do corpo, atingindo órgãos como os pulmões e fígados. Geralmente, o teratoma se desenvolve e permanece apenas em uma parte do corpo, não sendo comum se espalhar para outras partes.
Teratoma no ovário
O teratoma no ovário, ou cisto dermoide, como também é chamado, ocorre geralmente em mulheres em idade reprodutiva, sendo diagnosticado, muitas vezes, durante exames de rotina do pré-natal. Esses cistos são benignos e compostos por matéria sebácea (gordura) e cabelos, além de serem revestidos por pele, inclusive com glândulas sudoríparas.
Com o aumento em quantidade ou crescimento dos cistos, o ideal é que a mulher faça a cirurgia para a retirada desses teratomas, já que podem atingir tamanhos grandes e pesar alguns quilos, que podem trazer dores, desconforto, alterações hormonais ou impedir que a mulher engravide, além de forçar abortos em caso de concepção. Além disso, há o risco de ruptura dos cistos, o que pode causar hemorragia interna, infarto, peritonite química e outras complicações.
Teratoma imaturo
Os teratomas imaturos, ou malignos, não possuem as mesmas características do cisto dermoide, por exemplo. São compostos por materiais líquidos e sólidos e podem se espalhar para outras partes do corpo através do sistema linfático e da corrente sanguínea.
No caso do teratoma imaturo dos ovários, o problema acomete meninas e jovens até os 18 anos e, como tratamento, é recomendada a cirurgia para a retirada do teratoma e dos ovários, além de quimioterapia. Se não tratado corretamente, esse tipo de câncer pode voltar a se desenvolver e causar sérias consequências, podendo levar a paciente à morte.
Tratamentos para teratoma
Apesar de às vezes, devido a lentidão do crescimento do tumor, o médico possa preferir apenas acompanhar o crescimento do teratoma e observar o desenvolvimento do problema, a principal recomendação para tratamento de teratoma é a cirurgia para a retirada do tumor, mesmo quando o teratoma é benigno. É importante que seja feita a remoção completa, já que o tumor pode se regenerar e crescer novamente nos mesmo lugar ou em uma região próxima.
Após a cirurgia, é feita também uma análise das células do paciente através de uma biópsia do tecido do tumor, para verificação do grau do teratoma e confirmação de tumor maligno ou benigno, a fim de observar a necessidade de acompanhamento pós-cirúrgico com exames e avaliações de rotina para potencial reaparecimento do problema.
No caso de teratomas malignos, além da cirurgia, também é indicado o tratamento com quimioterapia e radioterapia, para eliminar completamente as células cancerígenas e evitar o reaparecimento do câncer no mesmo local ou em outra região do corpo.