Os olhos do bebê podem apresentar alguns probleminhas que preocupam as mamães. Um deles é o lacrimejamento excessivo em bebê.
A lágrima é um líquido produzido pelas glândulas lacrimais para lubrificar os olhos e dar proteção contra micro-organismos (bactérias e vírus) e demais substâncias que podem afetar os olhos (poeira, poluição, etc.). A lágrima, depois de produzida, é drenada pelas vias lacrimais e conduzida para a parte interna do nariz. Com isso, há lubrificação e limpeza contínuas do globo ocular.
Há casos de lacrimejamento excessivo nos olhos. Esta situação pode ocorrer em qualquer idade, porém é mais frequente em crianças e em pessoas com mais de 60 anos. Pode ocorrer em um ou ambos os olhos.
Porque o olho do bebê fica lacrimejando?
Existem algumas razões para que ocorra o lacrimejamento logo no início da vida do bebê. A mais comum, em cerca de 6% dos bebês nascidos, acontece porque a criança não tem o ducto lacrimal totalmente aberto logo ao nascer. Algo impede o bom escoamento da lágrima do olho até a boquinha da criança.
O lacrimejamento pode ser funcional, só pelo entupimento das vias lacrimais. Contudo, quando os olhos do bebê começam a lacrimejar excessivamente é preocupante.
Lacrimejamento excessivo em bebê – O que pode ser?
Exceto pelo choro, lacrimejar em excesso não é uma condição normal. Quando há excessivo lacrimejamento, e persistente, com até mesmo vermelhidão do olho e edema, ou seja, inchaço, pode ser conjuntivite. Além disso, outras condições podem levar ao lacrimejamento excessivo no bebê de até um ou dois anos de idade. São elas:
- -Glaucoma congênito;
- -Triquíase (ocorre quando os cílios nascem virados para dentro do olho);
- -Fechamento incompleto das pálpebras;
- -Reação alérgica;
- -Lesões na córnea;
- -Corpos estranhos;
- -Obstrução do canal lacrimal.
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Obstrução do canal lacrimal em bebês
A obstrução do canal lacrimal ou epífora, como também é conhecida, é a causa mais comum de lacrimejamento no primeiro ano de vida. Estima-se que 1 em cada 25 bebês irá apresentar a forma congênita da condição, ou seja, o problema está presente desde o nascimento.
Na obstrução congênita das vias lacrimais, 90% dos casos apresentam resolução espontânea em 1 ano. O lacrimejamento excessivo costuma ser o primeiro sinal; se for uma obstrução mais baixa, pode acumular secreções e inflamar (dacrocistite).
A principal causa de obstrução é a persistência de uma membrana na região conhecida como válvula de Hasner, local de abertura do ducto nasolacrimal na cavidade nasal. Ou seja, a criança tem o canal que leva a lágrima para o nariz entupido.
Outras alterações como estreitamento do canal lacrimal, espículas ósseas, presença de válvulas ou outras membranas podem ocorrer, resultando em outras formas de obstrução.
Geralmente os pais observam um lacrimejamento constante em um ou em ambos os olhos, como se houvesse uma lágrima que não cai do olho. Na maioria das vezes, não há sinais de inflamação ou infecção.
Alguns sinais e sintomas de obstrução do canal lacrimal:
- -Lacrimejamento constante em um ou nos dois olhos
- -Secreção (remela) com aspecto purulento
- -Pálpebras coladas quando a secreção está seca
- -Irritação da pele (dermatite da pálpebra)
Observados esses sintomas, as pais devem levar a criança ao oftalmologista pediátrico para receber o diagnóstico e o tratamento adequado.
O que fazer quando houver obstrução?
Geralmente o quadro clínico define o diagnóstico dispensando os exames complementares, mas o teste de Jones, a dacriocistografia e a dacriocintilografia podem ser úteis na confirmação da obstrução.
Aproximadamente 90% dos casos apresentam resolução espontânea, ou seja, não necessitam de tratamento. Os demais necessitam de sondagem e irrigação do ducto nasolacrimal.
Cuidados com a higiene (Cuidados com a higiene do bebê), removendo a secreção em excesso, além da massagem específica são importantes para o tratamento considerado conservador (sem intervenção cirúrgica). Esta massagem é realizada várias vezes ao dia, deslocando o dedo indicador do canto interno do olho inferior, com o auxílio de uma pomada que facilite o dedo deslizar sobre a pele e não machuque o bebê. Feita a compressão do saco lacrimal, levando o material de dentro do saco lacrimal e do ducto nasolacrimal para a região da válvula de Hasner, fazendo com que o aumento da pressão rompa a eventual membrana persistente.
A sondagem e a irrigação do ducto nasolacrimal deve ser realizada somente quando não ocorre resolução espontânea. A época em que a sondagem deve ser realizada é um assunto controverso nos meios médicos, sendo indicada mais frequentemente entre 6 e 14 meses. Esta sondagem soluciona o problema em aproximadamente 90 a 95% dos casos, salvo quando há alterações mais graves.