Quando o bebê completar 6 meses de vida, significa que finalmente chegou a hora dele começar a experimentar novos sabores e texturas, além do leite materno. A introdução alimentar do bebê nessa fase é fundamental para que ele possa se desenvolver de maneira saudável.
Porém, isso pode gerar algumas dúvidas para a mãe e o pai, seja a respeito da quantidade de alimento ou qual deve ser a primeira papinha oferecida ao filho.
Por isso, elaboramos um guia explicando como deve ser iniciada a alimentação do bebê, quais são os alimentos indicados nessa fase e como preparar a papinha, além de muito mais. Então, continue a leitura e não deixe de conferir!
Como começar a introdução alimentar?
A mudança do aleitamento exclusivo para a introdução alimentar é uma fase natural do processo de desenvolvimento do bebê. Ela deve ser iniciada com a papinha, ou seja, com alimentos oferecidos de forma pastosa. E gradativamente, a consistência da papinha do bebê começa a ser aumentada.
Ao oitavo mês, além do leite materno, ela já pode estar se alimentando com duas porções de papinha de frutas e uma salgada. O ideal é evitar misturar muitos alimentos, pois isso dificulta o processo da criança de conhecer novos sabores e texturas.
De acordo com especialistas, a introdução alimentar deve ter início quando o bebê completa 6 meses de vida. O motivo é porque é nesse período em que ele começa a apresentar uma necessidade maior de energia, ferro, zinco, proteína e vitaminas, o que faz com que apenas o aleitamento materno não seja mais suficiente.
Embora algumas fontes indiquem que a alimentação do bebê deve ser iniciada antes de a criança completar 4 meses de vida, é importante entender que nessa fase ainda não houve o desenvolvimento do reflexo motor no bebê de forma a ser capaz de engolir corretamente os alimentos. Como resultado, pode acontecer até mesmo de ele vir a desenvolver uma alergia.
Em relação aos líquidos, que consiste em outra dúvida frequente para os pais, nutricionistas recomendam que apenas água seja oferecida aos bebês dos 6 aos 12 meses. A partir de 1 ano, sucos naturais podem ser integrados à alimentação em pouca quantidade.
Método BLW
Além de oferecer a papinha diretamente na boca do bebê, outras maneiras de introduzir a alimentação na vida deles vêm sendo adotada, como é o caso do método BLW. A sigla vem do inglês Baby-led Weaning, e pode ser traduzido como “desmame guiado pelo bebê”.
Esse método não é novo e tem se tornado cada vez mais comum em diversas partes do mundo. Ele consiste em deixar que o bebê se sente à mesa de refeição com a família e escolha por conta própria aquilo que vai comer.
No método BLW, os alimentos são cortados pelos pais e deixados ao alcance dos bebês. É claro que esses alimentos devem ser apropriados para eles, como cenouras cozidas e fatiadas em palitos.
Mesmo que o bebê inicialmente prefira brincar com os alimentos ao invés de comê-los, ele não deve de forma alguma ser forçado a comer. Ao invés disso, os pais devem incentivar o pequeno e ter paciência.
Muitos nutrólogos afirmam que a ingestão de alimentos sólidos deve acompanhar as habilidades motoras do bebê. Segundo eles, da mesma forma que o bebê é capaz de mamar logo após o seu nascimento, o mesmo acontece quando ele chega aos 6 meses e inicia por si mesmo a ingestão de sólidos.
Ao contrário das papinhas, onde os ingredientes se misturam e fazem com que seja difícil identificar os sabores, a vantagem do método BLW é permitir que o bebê conheça diferentes tipos de sabores e texturas, além de aprender a diferenciar o que gosta e o que não gosta de comer.
Isso sem contar que o método contribui para desenvolver a autonomia e também as suas habilidades sociais, já que ele faz a refeição junto à família.
Uma das maiores dúvidas dos pais em relação a esse método é se há o risco de o bebê engasgar. Porém, especialistas garantem que esse risco não é maior com o método BLW, desde que a criança esteja se alimentando sentada e ereta, controlando o alimento que ingere.
Ainda de acordo com especialistas, os pais não devem segurar o alimento na boca do bebê para ajudar. Se isso for necessário, significa que o método ainda não deve ser usado.
Nesse caso, o mais indicado é esperar mais um tempinho, até que o bebê já seja capaz de segurar e levar à boca os alimentos sem a ajuda dos pais.
Cardápio para bebê de 6 meses
A alimentação do bebê com 6 meses deve conter frutas, legumes e mingaus. Esses alimentos devem ser oferecidos a ele com uma consistência semelhante a um purê, para que a deglutição e digestão sejam facilitadas.
Confira algumas dicas de alimentos que podem compor o cardápio na introdução alimentar do bebê:
Purês de frutas
As frutas são perfeitas para o lanche da manhã e da tarde do bebê. Elas dever ser amassadas ou raspadas, oferecidas sem a adição de açúcar. Entre as melhores opções estão:
- Banana;
- Mamão;
- Maçã;
- Dinheiro;
- Abacate.
Legumes
Por se tratarem de alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais, os legumes são indispensáveis para o desenvolvimento adequado do bebê. Eles devem ser oferecidos como sopas ou purês, sem adicionar sal. Alguns exemplos são:
- Abobrinha;
- Cenoura;
- Abóbora;
- Chuchu;
- Couve-flor;
- Batata-doce.
Mingaus
Os mingaus não devem conter glúten, pois isso pode desencadear uma intolerância alimentar no bebê. O recomendado é que um pediatra ou um nutricionista oriente o preparo. Algumas opções de mingau são:
- Milho;
- Mandioca;
- Trigo;
- Arroz.
Exemplo de rotina alimentar
Confira a seguir um exemplo de cardápio que pode ser oferecido ao bebê de 6 meses:
- Café da manhã: Leite materno;
- Lanche da manhã: Purê de frutas feito com banana;
- Almoço: Purê de legumes como abobrinha, abóbora e chuchu;
- Lanche da tarde: Leite materno;
- Jantar: Mingau de milho;
- Ceia: Leite materno.
O que evitar na introdução alimentar?
Quando o bebê começa a ser introduzido a diferentes alimentos, algumas coisas devem ser evitadas para não prejudicar a criança.
Veja a seguir o que não deve ser feito nessa etapa da vida do pequeno:
Bater alimentos no liquidificador
Não é indicado bater o alimento no liquidificador, pois é importante que o bebê seja introduzido a novas texturas e aprenda a mastigar.
Por essa razão, ao oferecer frutas ou papinhas para ele, é indicado que esse alimento não fique completamente uniforme.
Suco de frutas
Apesar de as frutas serem saudáveis e fazerem parte do preparo das papinhas, quando elas são transformadas em suco, isso faz com que a concentração de fibras fique mais baixa.
Dessa forma, ocorre um aumento na quantidade de açúcar, fazendo com que a glicemia aumente. Por isso, o melhor é oferecer apenas água.
Sal e temperos fortes
O sal deve ser evitado até que a criança complete 1 ano de vida, já que os próprios alimentos já contêm a quantidade de sódio recomendada para essa fase da vida.
Já os temperos fortes (como pimenta e curry) podem provocar alterações intestinais no bebê, além de roubar o verdadeiro sabor dos alimentos. A dica é usar temperos mais leves e em pequena quantidade, como tomilho, coentro e alecrim.
Alimentos não indicados
Alguns alimentos não devem ser oferecidos durante a introdução alimentar do bebê, pois podem ser de difícil digestão ou causar alergia, por exemplo.
Confira a seguir alguns dos alimentos tradicionalmente não recomendados para bebê com 1 ano no máximo:
- Alimentos processados: bolachas, refeições, pré-preparadas, chocolates, caramelos, balas;
- Alimentos que podem causar alergia: morango, kiwi, clara de ovo, leite de vaca, amendoim, nozes e amêndoas;
- Alimentos de difícil digestão: tomate, pepino, melancia, frituras, mel.
Quantidade e horários
O processo de introdução alimentar deve ser feito de maneira gradual, de forma a respeitar o desenvolvimento do bebê e também a sua adaptação.
Como o bebê ainda está conhecendo os alimentos e as quantidades recebidas, devem ser oferecidos a ele porções pequenas no início, mais ou menos duas colheres de chá. Essa refeição deve ser complementada com leite materno.
No início, o alimento é oferecido apenas uma vez por dia, aguardando pelo menos 2 ou 3 dias para que outro alimento seja introduzido. Isso é importante para avaliar como o organismo do bebê respondeu ao alimento e se não há sinais de alergia ou sensibilidades, resultando em sintomas desagradáveis, como dores de barriga e diarreia.
O primeiro alimento deve ser oferecido durante o lanche da manhã, cerca de 3 a 4 horas após ele ter mamado. Esse lanche pode ser uma fruta amassada, o que facilita a aceitação do bebê, já que tem um sabor adocicado. Também pode ser oferecido um legume bem cozido e amassado antes da fruta, sem a adição de sal.
Se o bebê mama no peito, são maiores as chances de ele provar alimentos variados do que quando ele toma apenas fórmulas infantis. Isso porque o leite da mãe muda de sabor dependendo dos alimentos que ela consome, ao contrário das fórmulas infantis.
O bebê com 7 meses deve receber três refeições ao dia, sendo duas principais e uma de frutas. Isso deve continuar até ele completar 1 ano de vida.
É importante que, para não correr o risco do bebê desenvolver uma carência nutricional, essas refeições sejam complementadas com o leite materno.
É preciso respeitar o bebê em relação à quantidade consumida de alimentos, já que alguns levam um tempo para começar a se alimentar em maiores proporções.
Como fazer papinha para bebê?
Apesar de não haver regras sobre que alimentos devem ser oferecidos primeiro na introdução alimentar do bebê, geralmente as crianças preferem sabores que são mais adocicados. Porém, é importante que ela seja apresentada a diferentes sabores para aperfeiçoar o paladar.
As refeições devem ser preparadas especificamente para o bebê, preferencialmente oferecendo alimentos cozidos ou frutas da época.
Lembrando que não é indicado oferecer restos ou reaquecer a comida do bebê. Os legumes e frutas devem variar, pois além de oferecer a ele uma maior variedade de sabores, também ajuda a diversificar as vitaminas, fibras, ferro e outros nutrientes.
A seguir, confira alguns exemplos de receitas simples e nutritivas para o bebê que está começando a experimentar novos sabores:
Creme de abobrinha
Ingredientes
- 80 g de batata-doce
- 100 g de abobrinha
- 100 g de cenoura
- 1 colher se chá de azeite
Modo de preparo
- Após descascar e lavar a cenoura e a batata-doce, corte-as em cubinhos. A abobrinha deve ser lavada e cortada em fatias.
- Coloque os alimentos picados para cozinhar numa panela com água por 20 minutos.
- Em seguida, escorra o excesso de água e amasse bem, até formar uma pasta aveludada.
- Adicione o azeite e sirva. A receita rende 4 refeições.
Purê de banana
Ingredientes
- Meia manga
- 120 g de banana
- 2 colheres (sobremesa) leite em pó do bebê
Modo de preparo
- Lave, descasque e corte a banana e a manga em pedaços.
- Bata um pouco no liquidificador, até adquirir a consistência de um purê.
- Acrescente o leite e misture bem. Esse purê pode ser oferecido ao bebê como sobremesa ou lanche.
Para finalizar, os pais devem ter em mente que a criança vai aprender a comer observando a família e, por esse motivo, é essencial dar o exemplo à mesa.
O bebê deve começar desde cedo a se sentar à mesa e comer os mesmos alimentos consumidos pelos pais (sempre com as adaptações necessárias para a sua idade). Distrações como TV e smartphones não devem estar presentes nesse momento.
Ressaltando que é preciso respeitar tanto a aceitação dos alimentos e o apetite do bebê, pois cada criança é única. Por isso, evite comparações na hora de fazer a introdução alimentar do bebê e, no caso de dúvidas, não deixe de se informar com um profissional para ajudar no processo.
Referências
leiturinha.com.br/blog/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-introducao-alimentar-do-seu-bebe
revistacrescer.globo.com/Bebes/Alimentacao/noticia/2015/06/metodo-blw-introducao-alimentar-sem-papinha.html
bebemamae.com/alimentacao-do-bebe/introducao-dos-alimentos-na-dieta-do-bebe-passo-a-passo
revistacrescer.globo.com/Bebes/Alimentacao/noticia/2016/06/10-dicas-para-introducao-alimentar.html
tuasaude.com/alimentacao-do-bebe-aos-6-meses
claudia.abril.com.br/saude/dicas-introducao-alimentar