Grávida pode fazer regime para emagrecer? Descubra!
Os cuidados com a saúde da gestante valem por dois: ela mesma e seu bebê. Uma alimentação saudável e equilibrada na gestação é essencial para garantir a saúde tanto da futura mamãe quanto a do bebê.
Segundo o RDI (Recommended Dietary Intakes – tabela com as recomendações universais sobre alimentação), gestantes a partir do terceiro mês de gravidez devem ingerir apenas 300 calorias a mais do que o normal, totalizando 2.800 calorias por dia. Nessa fase, é natural que a mulher ganhe peso – a recomendação de especialistas é que seja entre nove e 12 quilos, alguns casos é normal que a mulher engorde de sete a 15 quilos.
Grávida pode fazer regime para emagrecer?
Engordar excessivamente no período gestacional ou iniciar esse período com sobrepeso ou obesidade são fatores de risco para complicações como diabetes gestacional, hipertensão e pré-eclâmpsia, principalmente no final da gestação. Esses problemas são duas a seis vezes mais comuns em mulheres com excesso de peso.
E nesses casos, sim, é preciso realizar uma dieta visando o emagrecimento durante a gestação. Não estamos falando de um emagrecimento muito significativo, pois a gravidez, naturalmente, já faz o peso da mulher aumentar.
Dietas irresponsáveis, feitas por conta própria, podem comprometer a saúde da gestante e do bebê. Diminuir radicalmente as calorias da dieta com objetivo de controlar o peso durante a gestação pode privar seu bebê de calorias, vitaminas e minerais.
As dietas sempre têm de ser voltadas para o controle adequado do peso da gestante, tanto para ganhar como para perder, levando em conta o IMC (índice de massa corporal). Os regimes voltados para as grávidas somente são indicados quando a margem de ganho de peso comum, é superada.
Os exames do pré-natal são importantes também para constatar este fato. E verificando o ganho de peso excessivo, aí sim pode-se conversar com o médico obstetra e o nutrólogo para uma possível dieta para perda de peso que não prejudique a saúde do bebê. Importante salientar que o ganho de massa não está relacionado com o desenvolvimento fetal. Pelo contrário, nesses casos é a mãe que está acumulando líquido e gordura indevidamente.
Perder peso na gravidez prejudica o bebê?
Porém, se comer demais é um problema, comer menos é pior ainda. Nenhum tipo de alimento deve ser eliminado, mesmo os que possuem carboidratos, proteínas ou gorduras. Esses nutrientes devem estar presentes na alimentação, pois além de fornecerem energia, são veículos de substâncias como vitaminas e minerais, que são de extrema importância para o desenvolvimento do bebê e a manutenção da saúde da gestante.
O baixo peso pode provocar trabalho de parto prematuro, aborto natural e baixo crescimento do bebê. Além disso, estudos comprovam que uma dieta desequilibrada na gravidez pode comprometer o QI (quociente de inteligência) do bebê, ou seja, para a formação do cérebro do bebê são também necessários vitaminas e minerais, nutrientes estes necessários para o desenvolvimento do cérebro do feto e que em uma dieta de emagrecimento são ingeridos em menor quantidade, o pode levar o bebê a ter um menor QI.
Como manter o peso na gestação
O segredo é ter uma alimentação saudável. A gestante deve procurar ajuda para emagrecer por meio de um nutricionista ou um médico nutrólogo, bem como seu obstetra deve saber e acompanhar esse regime.
O controle do peso na gravidez pode ser alcançado também com a prática de exercícios físicos de baixo impacto, como caminhadas, natação ou hidroginástica. A atividade física, se bem prescrita, garante uma perda de peso sem comprometer a saúde do bebê. Emagrecer na gravidez apenas com controle da alimentação é muito difícil, principalmente porque não se deve cortar alimentos, pois podem privar o bebê de nutrientes importantes para o seu desenvolvimento. Por isso, movimentar o corpo deve ser uma tarefa contínua na rotina das grávidas.
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Pregorexia
Novo – e pouco conhecido ainda do vocabulário médico -, o termo vem da junção da palavra pregnant (“grávida”, em inglês) com anorexia. A pregorexia é um transtorno alimentar em que a gestante fica extremamente preocupada com o ganho de peso e inicia uma rotina de rigorosa dieta e exercícios físicos ou então se alimenta compulsivamente para depois tentar compensar esse ato com o uso de laxantes ou provocando o vômito.
A pregorexia costuma afetar mulheres com predisposição a transtornos alimentares (como as que já apresentaram o problema em algum momento da vida) ou aquelas que têm a percepção corporal distorcida (se acham gordas quando na verdade, não são).
É importante salientar que nem todas as gestantes que tentam não ganhar peso durante a gravidez apresentam pregorexia e que a realização de exercícios moderados e uma alimentação adequada são, de fato, importantes para o desenvolvimento da criança.
As mulheres com este transtorno estão em uma condição clínica diferente daquelas que estão apenas com um descontentamento da imagem corporal durante a gravidez. As gestantes com pregorexia não conseguem compreender que os seus atos podem prejudicar a sua saúde e a da criança, o que caracteriza, portanto, um transtorno psicológico. Assim como na bulimia e anorexia, as mulheres escondem o problema e muitas acreditam, inclusive, que não há nada de errado no comportamento realizado.
Na pregorexia, o IMC baixo da gestante e a falta de nutrientes podem ser indicadores de uma gravidez de risco, com aumento da incidência abortos, nascimentos prematuros e crescimento restrito do bebê em virtude da nutrição deficiente, bem como do risco aumentado de mortalidade materna.