A hipoglicemia – baixos níveis de açúcar no sangue – pode afetar qualquer pessoa, mas para uma gestante este fator pode ser uma preocupação, pois glicose baixa na gravidez não controlada pode provocar graves consequências que colocam em risco tanto a vida da gestante quanto a do bebê.
A baixa quantidade de açúcar no sangue pode causar sensação desagradável de fraqueza e tontura, mas também pode causar danos cerebrais e até mesmo o coma.
Glicose baixa na gravidez
A glicose baixa é a falta de açúcar no sangue que pode ocorrer tanto em pessoas saudáveis, como em diabéticos, embora seja mais comum na diabetes descompensada e sua definição consiste numa glicemia inferior a 60 mg/dl2. Normalmente, em indivíduos saudáveis, um quadro de hipoglicemia aparece quando exercitam-se em jejum ou ficam muitas horas sem se alimentar, o que leva a uma queda na quantidade de açúcar no sangue de modo repentino.
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Já nas gestantes, principalmente a partir do primeiro e o segundo trimestre de gravidez, há a necessidade de mecanismos protetores contra hipoglicemia, pois o consumo de glicose pelo feto torna-se intenso nesse período.
Esta proteção surge por meio dos hormônios produzidos naturalmente pela placenta, como o estrogênio, progesterona e somatomamotropina coriônica, que atuam atenuando o poder de ação da insulina, fazendo com que mais glicose fique disponível na corrente sanguínea.
A glicose é um dos principais nutrientes que a mãe fornece ao feto por meio da placenta.
Valores de Referência
Numa fase inicial da gravidez, está associada a uma diminuição dos níveis de glicemia em jejum de cerca de 5-10 mg/dl1, que se deve ao aumento do consumo de glicose pelo bebê e a uma diminuição de processo metabólico hepático.
O aumento do consumo de glicose, bem como a estimulação das células do pâncreas pelos hormônios estrogênio e progesterona, conduzem a uma hiperinsulinemia materna e consequente hipoglicemia em jejum, daí a necessidade da grávida ter uma alimentação poli fraccionada, sem períodos de jejum prolongados.
Causas da hipoglicemia na gravidez
As causas mais frequentes de hipoglicemia são o excesso de insulina administrada, diminuição do aporte calórico (sobretudo se houver atraso ou se forem omitidas refeições e na presença de vômitos e/ou diarreia) e o excesso de atividade/exercício.
De um modo geral, a principal causa é a manutenção da administração de insulina quando ocorre diminuição do aporte calórico, como pode acontecer no primeiro trimestre de gravidez, período em que são muito frequentes as náuseas e os vômitos e que exige um acerto da dose de insulina.
Consequências da hipoglicemia
- – Sonolência;
- – Tontura;
- – Distúrbio visual;
- – Suores e calafrios;
- – Irritabilidade e impaciência;
- – Confusão mental e até delírio;
- – Taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal;
- – Alteração da dicção;
- – Diminuição da concentração/alteração da memória;
- – Descoordenação motora
- – Desorientação;
- – Convulsão;
- – Perda de consciência;
Risco fetal: pode prejudicar o bebê?
Na ocorrência de hipoglicemia materna pode surgir a hipoglicemia fetal. A privação do bebê de glicose pode ter consequências a curto e longo prazo. Estudos ao longo dos últimos anos têm ilustrado a importância da glicose como base para o bom desenvolvimento do bebê.
Como amenizar os sintomas da glicose baixa na gestação?
O organismo da futura mamãe necessita de mais glicose nesse período, portanto uma alimentação balanceada, atividades físicas com acompanhamento especializado para gestantes e consultas regulares ao médico podem ajudar na diminuição dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida e no bem-estar neste período tão importante.
Ao contrário de nós, que temos a capacidade de empregar gorduras ou proteínas como fontes de energia, o feto se utiliza apenas de glicose. Por isso, é muito importante que a gestante adquira o hábito de realizar refeições a cada 2 horas, de modo a evitar oscilações dos níveis sanguíneos de glicose. Aconselha-se dar preferência pelo consumo de:
- – alimentos com carboidratos;
- – frutas com casca;
- – cereais integrais;
- – legumes e
- – carnes magras.
O que fazer em caso de crise de hipoglicemia?
Em caso de uma crise repentina, com sintomas leves, a hipoglicemia pode ser facilmente revertida com a ingestão de 15 a 20 gramas de glicose. Esta quantidade pode ser obtida por de um copo de suco, 1 colher de sopa de mel ou açúcar, uma fatia de torrada, 4 bolachas, ou uma porção de qualquer alimento rico em carboidratos.
A única maneira de ter certeza se suas taxas de glicose estão muito baixas é monitorara-las por meio de aparelho próprio, se possível. Caso, não possua é recomendado ir a um posto de saúde próximo de sua casa para realizar esta verificação.
Em casos mais frequentes e se os sintomas estiverem se agravando é recomendado buscar ajuda médica para tratamento e controle adequados para não haver complicações na saúde da futura mamãe e do bebê.
Faça o tratamento de recomendado pelo seu médico e nutricionista. A glicose baixa na gravidez pode causar acidentes, lesões, levar ao estado de coma e até à morte.