Doenças na gravidez que afetam o bebê

A gravidez é um dos momentos mais sonhado por muitas mulheres, portanto, todo cuidado com a saúde é pouco tanto para a futura mamãe e quanto para o bebê. É neste período que o corpo e o sistema imunológico da mulher sofrem muitas alterações, e nesse sentido, é de extrema importância ter cuidado redobrado nesse momento.

Durante a gestação, a mulher sofre diversas influências, não somente as ambientais, como também certos tipos de toxinas encontradas no próprio sangue da mãe. Essas toxinas podem incluir produtos químicos, hormônios, vírus e outros organismos microscópicos que afetam o desenvolvimento do bebê.

Os primeiros três meses de gravidez são particularmente os mais cruciais, pois é neste período de tempo que os tecidos do corpo, órgãos e sistemas neurológicos começam a se desenvolver no feto. Quaisquer toxinas ambientais adversas encontradas durante este período geralmente afetam a estrutura mais básica e forma do corpo do feto, especialmente o sistema nervoso. Malformação pode ocorrer e desenvolvimento físico pode diminuir ou parar.

doenças na gravidez
Se diagnosticado antes da gravidez, muitas destas doenças podem ser tratadas antes do nascimento do bebê.

Após o terceiro trimestre, o bebê já está formado e está menos vulnerável, mesmo assim ele pode sofrer sequelas. Mas nem sempre a criança é infectada quando a mãe adoece. Mas quais doenças na gravidez afetam o bebê?

Exames e vacinas antes da gravidez

Na maioria dos casos, a mulher somente contrai as infecções quando não passou por elas antes da gravidez. Por isso, é indicado que haja a vacinação para a hepatite B e a rubéola antes mesmo de engravidar. Exames de sangue para conferir quais enfermidades já foram ou não contraídas também são necessários.

Placenta

Embora a barreira placentária é eficaz para filtrar algumas influências ambientais perigosas, ela não consegue filtrar pequenos micro-organismos, como vírus e bactérias. Os bebês cujas mães desenvolverem ou têm uma doença ativa, podem então correr o risco de ser contaminados, como o sarampo, varicela (catapora), sífilis e outras doenças infecciosas. Felizmente, caso haja o infecção, hoje é possível tratar ou controlar a maioria dessas doenças. Entre as mais frequentes estão a infecção urinária, a candidíase e a vaginose.

A importância do Pré natal

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Foto: VisionXRAY

Primeiramente, é recomendado à mulher que assim que souber da gravidez deve consultar um médico e fazer o acompanhamento até o último mês de gestação. O segundo procedimento é realizar o pré-natal, que além de prevenir determinadas doenças na gravidez e anomalias, ajuda a diminuir as taxas de mortalidade infantil e materna.

LeiaComo fazer pré-natal pelo SUS

Os exames solicitados no pré-natal visam diagnosticar a presença de infecções virais, bacterianas ou protozoárias, além de quantificar o tipo de resposta imunológica, como a produção de anticorpos específicos, que é feita no corpo da mulher para controlar essas infecções.

Doenças na gravidez que afetam o bebê

A rubéola, o sarampo, as hepatites B e C, assim como a pneumonia, a sífilis e a toxoplasmose são algumas doenças na gravidez que merecem mais atenção pelo fato de provocarem sequelas sérias e, em alguns casos, irreversíveis para a mãe e principalmente para o feto, podendo até provocar a morte do bebê.

Conheça as 18 doenças mais conhecidas que oferecem risco à vida da grávida e do bebê:

Anemia

É uma condição muito comum às gestantes e, em geral, transitória. Para evitar o problema as grávidas devem apostar em uma dieta rica em ferro, como agrião, espinafre, lentilha, feijão branco, frutas secas, fígado, escarola e abacate. Em alguns casos, o médico pode prescrever vitaminas visando minimizar os efeitos da falta de ferro, que pode levar a um crescimento menor do bebê.

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Foto: Watsons Health

Sarampo

Essa doença na gravidez pode gerar complicações graves como parto prematuro ou um aborto espontâneo. A grávida que não tiver tomado a vacina contra o sarampo corre o risco de contaminar-se com a doença e deve evitar ao máximo o contato com indivíduos. A grávida também corre o risco de ter uma evolução pulmonar crônica.

 Toxoplasmose

É uma infecção por protozoários que podem causar malformações congênitas graves, quando a infecção ocorre durante a gravidez. Os efeitos da toxoplasmose ocorrem principalmente durante a fase fetal de desenvolvimento, e não durante o desenvolvimento do órgão em fase embrionária. Os efeitos sobre o feto incluem prematuridade, malformações do sistema nervoso central, retardo mental, baixo peso ao nascer, aumento do baço, alterações destrutivas no olho ou no cérebro.

A toxoplasmose também pode levar à morte do feto. Consulte um médico especializado em doenças virais. Caso você teve uma história de manipulação de fezes de gato ou de ingestão de carne crua. A toxoplasmose é contraída por meio da ingestão de carne infectada crua ou mal cozida e através do contato com fezes de gatos infectados ao limpar a caixa de areia.

Citomegalovírus

É transmitido por meio da transfusão de sangue, das vias respiratórias ou da mãe para o bebê. Durante a gestação, essa doença pode ser evitada através de antivirais. Neste caso, também se recomenda evitar carne crua ou malpassada, além de lavar bem frutas, legumes e verduras antes de comê-las.

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Foto: MomJunction

Vaginose

A vaginose bacteriana consiste num distúrbio apresentado na flora vaginal, elevando a quantidade de bactérias conhecidas como Gardnerella vaginalis. Um dos sintomas é um corrimento no órgão com forte odor. O problema é diagnosticado através do material coletado na vagina e o tratamento acontece via vaginal ou oral. Não é uma DST, não sendo necessário tratamento do parceiro. Pelo fato da imunidade da mulher ficar baixa, a possibilidade de ocorrer essa doença é grande. O estresse pode contribuir também para o surgimento do problema.

Diabetes gestacional

A diabetes gestacional é um tipo de diabetes que é reconhecida durante a gravidez pela primeira vez. O que leva ao desenvolvimento da condição é aumento dos níveis de glicose no sangue, devido à insuficiência do pâncreas na produção de insulina.

Dificilmente o bebê tem sequelas, entretanto, caso o pré-natal não for feito, algumas das complicações relacionadas à diabetes gestacional podem ocorrer: hipoglicemia logo depois do nascimento, peso excessivo ao nascer e síndrome do desconforto respiratório. As chances para uma diabetes do tipo II em algum momento da vida também aumentam.

Infecções Urinárias

As infecções mais frequentes do trato urinário durante a gravidez são a cistite e a candidíase. A infecção representa um risco maior no primeiro e no último trimestre da gravidez, podendo causar um parto prematuro. O tratamento é basicamente medicamentoso e vai depender da indicação médica.

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Foto: WhattoExpect

DSTs

As DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) são uma das principais complicações durante a gravidez , afetando cerca de dois milhões de mulheres grávidas. Doenças como a gonorreia, sífilis, tricomoníase, clamídia, assim como as vaginoses bacterianas, podem ser tratadas e curadas com antibióticos durante a gravidez.

Não há cura para as DSTs virais como herpes genital e HIV, mas o uso de medicamentos antivirais podem reduzir os sintomas nas mulheres grávidas.

Sífilis

A Sífilis, por exemplo, passa facilmente para o feto, levando a graves sequelas, podendo se transformar num quadro de infecção crônica de difícil tratamento. Entre as consequências: aborto, óbito fetal intrauterino e após o nascimento, alteração cutânea (bolhas e vesículas na pele e mucosas, como boca), lesões ósseas e articulares, aumento do fígado e do baço, linfadenomegalia (aumento dos gânglios, surgindo ínguas pelo corpo), surdez e anomalias dentárias. O tratamento na mulher adulta são algumas doses de Penicilina (Benzetacil).

HIV

De acordo com o boletim epidemiológico de 2013 do Ministério da Saúde, no Brasil, 718 mil pessoas vivem com o vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. É possível realizar o parto vaginal se a quantidade de vírus no organismo – a carga viral – for menor do que mil cópias por mililitro. Do contrário, a mulher deve ser submetida à cesariana antes que entre em trabalho de parto, para não infectar o bebê. Sintomas como febre, manchas no corpo e dores surgem poucas semanas após a infecção.

Ao nascer, a criança precisa tomar um banho imediatamente para reduzir o contato com o sangue da mãe, e logo recebe a primeira dose do AZT xarope, que é a droga antirretroviral. O bebê ainda não pode ser amamentado no peito, pois o HIV também está presente no leite.

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Foto: TheJakartaPost

Hepatite B

A doença pode ser contraída por meio de relação sexual, transfusão de sangue e uso de agulhas não esterilizadas. A presença do vírus da hepatite B em circulação no corpo da mulher representa risco de mais de 50% de transmissão para a criança. A infecção pode resultar em um estado crônico, aumentando o risco para a hepatite crónica ativa, doença hepática crônica, cirrose hepática e futuramente um câncer de fígado na criança.

O acompanhamento médico deve iniciar no pré-natal. Assim que a criança nascer ela deverá ser vacinada o quanto antes, podendo receber também a chamada imunoglobulina, para diminuir a chance de passagem do vírus. Com tais procedimentos, a amamentação pode ser liberada.

Hepatite C

Ela costuma evoluir para a hepatite crônica e cirrose, muito mais que a hepatite B, e também pode passar para o recém-nascido. Não há muito de prático em tratamentos que se possa fazer durante a gravidez e não há vacina disponível para a criança no pós-parto. A amamentação é contraindicada na maioria das vezes.

 Rubéola

Durante a gravidez, a doença se torna um risco para o bebê, podendo levar a cegueira, malformações cardíacas, surdez e microcefalia (má-formação que está associada com retardo mental do bebê na maioria dos casos). No tratamento durante a gestação, pouco pode ser feito, além de constatar a presença ou não de malformação fetal.

Herpes genital e Varicela (catapora)

A doença pode ter consequências graves para a mãe, para o feto ou o recém-nascido. Quanto mais cedo na gravidez que a mulher desenvolve varicela, maior o risco de síndrome da varicela congênita. O maior risco ocorre nas primeiras 20 semanas de gravidez.

A doença pode ser transmitida por atrito com a ferida. Se a infecção acontece durante a gravidez é preciso ter cuidado, pois o primeiro contato com o vírus costuma ser o mais grave. Com o bebê, o cuidado deve ser redobrado, pois se a mulher teve lesões nos 30 dias que antecedem o parto, é recomendável fazer cesárea para não expor a criança ao vírus. O tipo 3 (varicela-zóster), da catapora, contamina por via respiratória.

A varicela congênita está associada a catarata, corioretinite (doença inflamatória da retina do olho), hipoplasia dos membros (órgãos ou tecidos incompletos ou subdesenvolvidos , defeitos ósseos do pé , hidronefrose , microcefalia, o atraso mental ou problemas que envolvem a pele ou a camada dérmica.

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Foto: NewHealthAdviso

Pneumonia

É uma das doenças classificadas como mais perigosas para a mãe do que para a criança. O motivo deve-se ao fato de estar relacionada à maior suscetibilidade que a mulher tem de desenvolver uma pneumonia, a partir de uma infecção gripal simples. É mais fácil de pegar, mais difícil de tratar, além de causar mais complicações.

Gengivite

A gravidez não causa a doença da gengiva, mas deixa a mulher mais suscetível a ela ou pode agravar um quadro preexistente, por conta das mudanças do próprio organismo, que não há como intervir.

Cada vez mais a literatura científica associa a doença periodontal como fator de risco para o parto prematuro e/ou baixo peso ao nascer. Alguns estudos propõem que as infecções bucais, como a periodontite, podem funcionar como uma fonte de infecção que estimula uma reação inflamatória, o que seria uma ameaça ao bebê, pois pode induzir o parto prematuro.

Zika

Os sintomas mais comuns do Zika são febre baixa, dores leves nas articulações, coceira, manchas vermelhas pelo corpo, podendo aumentar conforme o tempo. A princípio, a doença causada pelo vírus Zika, que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, parece mais inofensiva que a dengue, já que seus sintomas são mais brandos. Porém, no caso das gestantes, a doença pode ter efeitos agressivos para o feto.

Ainda não foi comprovado cientificamente de que maneira o vírus Zika consegue se infiltrar pela placenta e ser capaz de afetar o desenvolvimento neurológico do bebê. Médicos e cientistas de diversos países ainda estudam essa doença, que pode causar microcefalia.

 

Chikungunya

É uma infecção viral caracterizada por febre e dor nas articulações, sintomas bem parecidos aos da dengue. A doença é transmitida através da picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.  Embora haja alguns relatos de aborto espontâneo em mulheres que tiveram Chikungunya no começo da gravidez, de modo geral, o vírus não parece afetar a gravidez ou o bebê.

Até o momento, as pesquisas demonstram que o vírus da Chikungunya não é transmitido ao bebê ainda no útero. Mesmo assim, grávidas com a doença precisam ser monitoradas, assim como os bebês logo após o nascimento, pois podem desenvolver infecção grave e outras complicações, como menor capacidade para se alimentar, inchaço, problemas de pele ou ter convulsões.

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Equipe Gestação Bebê

A equipe de redatores do Gestação Bebê é formada por jornalistas e profissionais convidados de diversas áreas, como pediatria e psicologia.

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