Antigamente pensava-se que durante a gravidez, o melhor cuidado para a gestante era o repouso.
Porém, com o passar dos anos, as evidências científicas têm mostrado gradativamente que exercícios para gestantes, feitos com moderação, podem trazer múltiplos benefícios.
Então, é seguro fazer exercícios durante a gravidez?
A primeira coisa a mencionar é que nem todas as mulheres podem se exercitar durante a gravidez. Existem vários motivos para esse tipo de recomendação e um bom exemplo é o risco de perda fetal.
Por isso, começamos recomendando sempre procurar um médico antes de começar a fazer exercícios na gestação. Se a gravidez for segura, a mulher provavelmente poderá continuar com sua rotina habitual com apenas algumas modificações.
A relação entre o exercício físico durante a gravidez e seus benefícios remonta ao tempo de Aristóteles, que afirmou que as mulheres que levavam um estilo de vida sedentário tinham partos mais difíceis.
Por muito tempo, o exercício físico durante a gravidez esteve associado a complicações como o estresse fetal. Entretanto, existem evidências científicas que estabelecem o exercício físico durante a gravidez como uma prática bastante saudável.
Existem diretrizes clínicas, como a do American College of Obstetricians and Gynecologists, de 2015, que recomendam exercícios para gestantes que não apresentem complicações ou contraindicações médicas, independentemente de serem ativas ou sedentárias antes da gravidez.
O nível de atividade recomendado para cada gestante dependerá, em princípio, do seu nível de atividade antes de engravidar.
Uma meta-análise publicada no American Journal of Obstetrics & Gynecology, em 2016, confirma essa associação em um estudo realizado com 2.059 mulheres, sem excesso de peso, com gestação única, que não apresentou complicações.
No estudo, 1.022 gestantes realizaram exercícios aeróbicos 3 ou 4 vezes por semana (sessões de 35 a 90 minutos), enquanto as demais não realizaram nenhum tipo de exercício durante a gravidez.
Os resultados do estudo concluíram que a prática de exercícios durante a gravidez é benéfica não só para as gestantes, pois reduz a incidência de diabetes gestacional e hipertensão, mas também para o parto, pois favorece o parto normal.
Além disso, nenhuma associação com nascimento prematuro foi encontrada.
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Benefícios do exercício durante a gestação
A gravidez é uma fase da vida da mulher em que ocorrem inúmeras mudanças físicas. Por exemplo, ocorre um deslocamento do intestino e o útero pressiona a parte do cólon onde as fezes são armazenadas, o que pode causar constipação.
Além disso, muitas mulheres tem varizes, cãibras ou dor lombar devido ao ganho de peso e secreção hormonal.
A seguir, veremos como o exercício pode ajudar a aliviar esses desconfortos, além de outros benefícios:
Redução da dor lombar
O ganho de peso, a compressão do nervo ciático e o aumento de hormônios, como a angiotensina ou a progesterona, são alguns dos motivos pelos quais até 67% das gestantes sofrem de lombalgia na segunda metade da gravidez.
Essa dor pode se tornar muito irritante e dolorosa e pode dificultar o sono. E um dos benefícios de praticar esportes durante a gravidez é diminuir esse tipo de dor.
Deve-se fazer exercícios que fortalecem os músculos das costas, glúteos e coxas, melhorando também a postura corporal.
Essa melhora na postura corporal é um grande benefício, pois o ganho de peso na maioria das gestantes produz hiperlordose lombar, aumento da curvatura lombar devido ao ganho de peso na região abdominal.
Reduzir o risco de patologias associadas à gravidez
Nesse período há um ganho de peso que deve ser controlado pelo especialista, pois um ganho de peso excessivo aumenta o risco de desenvolver pré-eclâmpsia ou diabetes gestacional, entre outros.
O exercício físico tem demonstrado redução do risco dessas complicações e, no caso do diabetes gestacional, pode ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue.
Melhora da incontinência e constipação
À medida que o útero aumenta de tamanho, ele começa a pressionar a bexiga, o que faz com que a gestante precise ir ao banheiro mais vezes ao dia.
Além disso, o aumento de hormônios que ocorre durante a gravidez, favorece o enfraquecimento do assoalho pélvico, causando incontinência.
Graças aos exercícios de Kegel, esses músculos podem ser fortalecidos, melhorando a incontinência e, em muitos casos, prevenindo seu aparecimento.
Como na população geral, o exercício melhora a motilidade intestinal, que, como vimos anteriormente, diminui na gravidez. Isso significa que o exercício durante a gravidez pode ajudar a reduzir a constipação.
Varizes e cólicas
Na gravidez há uma dilatação dos vasos sanguíneos e um aumento do volume sanguíneo. À medida que a gravidez avança e o tamanho do útero aumenta, o retorno do sangue das pernas pode ser prejudicado, o que é uma das razões para as varizes e cólicas que muitas grávidas sentem.
O exercício melhora a capacidade do coração de bombear sangue, promove a circulação e previne a retenção de líquidos, de modo que esses desconfortos comuns podem ser reduzidos.
Chave no momento do parto e durante o período pós-parto
Como a metanálise referenciada acima mostrou, o exercício reduz as chances de uma cesariana, o que facilita a recuperação da mulher após o parto.
Outros benefícios do exercício durante a gravidez é o controle da respiração que se consegue durante o treino, o que pode ser muito útil para lidar com as dores do parto.
Como vimos anteriormente, os exercícios de Kegel ajudam a fortalecer o assoalho pélvico e controlar a incontinência. Porém, esse não é o único benefício que esse tipo de exercício proporciona.
No momento do parto, apresentar os músculos do assoalho pélvico fortalecidos, reduz a realização de episiotomias.
Já no pós-parto, há uma lesão que ocorre quando os músculos do reto abdominal são separados em excesso, chamada de diástase. Diferentes estudos mostram que essa lesão é menos frequente em mulheres que se exercitam antes e durante a gravidez.
Finalmente, sabemos que praticar esportes ao longo da vida traz múltiplos benefícios para a saúde, não apenas para as mulheres que serão mães.
É fundamental que cada mulher siga um programa de exercícios individualizado, levando em consideração o estado da gravidez, sua condição física e, se houver, a experiência de uma gravidez anterior.