Benefícios do iodo na gravidez

Algumas vitaminas são tão fundamentais para o desenvolvimento do bebê a ponto de serem indicadas pelos médicos como suplementação ao longo da gestação para garantir a ingestão mínima recomendada. Mas há outros nutrientes que também merecem atenção: os minerais. Veja os benefícios do iodo na gravidez:

Por estarem associados a funções importantes do organismo, da formação óssea ao equilíbrio hídrico, a gestante precisará de minerais em quantidades maiores do que a população em geral.

O iodo, por exemplo, é um mineral essencial para a vida humana, usado na síntese dos hormônios da tireoide T3 e T4, necessários para regular o metabolismo e auxiliar no funcionamento correto de todos os órgãos.

Como o iodo não é produzido pelo nosso organismo, deve ser obtido por meio de fontes externas (alimentos ou suplementos). A maioria dos alimentos é pobre em iodo, o que levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a criar uma estratégia global para suprir essa necessidade.

A dose diária recomendada pela OMS aumenta durante a gestação: de 150 mcg (microgramas) passa a 250 mcg por dia, o equivalente a 1 posta de salmão, 1 xícara de leite, 1 ovo e 2 fatias de queijo.

Benefícios do iodo na gravidez

iodo na gravidez
A suplementação com iodo é indicada não só durante a gestação, mas também para quem planeja a gravidez.

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A carência de iodo pode levar ao aborto ou afetar o desenvolvimento cerebral do bebê. Além disso, um estudo realizado em 2013 no Reino Unido com mil famílias revelou que filhos de mulheres com deficiência do mineral durante a gravidez tinham o QI mais baixo, assim como problemas de leitura aos 8 e 9 anos, respectivamente.

O iodo na gravidez desempenha um papel fundamental no funcionamento da tireoide, que por sua vez regula o funcionamento do metabolismo.

Durante a gravidez, a glândula tireoide está particularmente ativa, aumentando a produção dos hormônios tiroxinas entre 30 a 50%. A indicação do iodo para a futura mamãe é importante para a síntese de hormônios da tireoide, e estes por sua vez, são importantes para a maturação do sistema nervoso e para o desenvolvimento neurológico do feto até a 20° semana de gestação.

Estudos médicos recentes em tireoide fetal mostram que o sistema de captação de iodo é o primeiro mecanismo fisiológico a surgir na vida tireoidal fetal. A partir da 16ª semana de vida intrauterina há três sistemas “lutando” pelo escasso iodo na gestação: a tireoide materna, a tireoide fetal e o sistema renal.

Quando há necessidade para suplementação?

A suplementação em iodo na gravidez somente é necessária quando os valores estão baixos e, neste caso, os médicos costumam indicar comprimidos, diariamente, de 150 a 200 mcg de iodeto de potássio.

Apenas gestantes que apresentam deficiência desse mineral devem fazer uso da suplementação, que não deve ser tomada por conta própria. É muito perigoso a automedicação, pois há riscos de ocasionar distúrbios na tireoide pelo excesso da substância que não seria necessário.

É importante a futura mamãe realizar exames médicos para descobrir se realmente será necessário e qual a dosagem. A suplementação, portanto, deverá ser sempre aconselhada pelo seu médico. No caso de ter alguma patologia da tiroide este suplemento pode ser contraindicado.

Caso haja necessidade do suplemento, a gestante poderá usá-lo durante toda a gravidez e após o parto, enquanto estiver amamentando.

Importante salientar que o suplemento de iodo não dispensa uma alimentação saudável e equilibrada, que inclua alimentos ricos neste mineral.

Veja os principais suplementos indicados para a cantora e apresentadora Kelly Key durante sua gestação:

 

Excesso de iodo na gravidez

Se a deficiência de iodo pode ser um problema, o excesso também. Um estudo feito com ratas na USP (Universidade de São Paulo) mostrou que o consumo excessivo de iodo durante a gravidez e lactação pode tornar as crianças mais propensas a sofrer de hipotireoidismo quando adultas.

O trabalho fez parte do projeto de pós-doutorado de Caroline Serrano do Nascimento, em 2013. Segundo ela, os efeitos nocivos do excesso agudo e crônico de iodo no organismo já estão descritos na literatura. “Agora, estamos observando que esse elemento desencadeia também mecanismos epigenéticos, ou seja, o consumo excessivo desse elemento pela mãe durante a gestação e lactação gera consequências no desenvolvimento fetal e, aparentemente, programa o organismo do filho para ficar mais suscetível ao desenvolvimento de hipotireoidismo durante a vida adulta”, declarou Caroline na época, por meio da Agência Fapesp.

iodo para inteligencia do bebê
Foto: SemaDoc

No Brasil, a carência de iodo é muito rara pois o sal é, normalmente, enriquecido em iodo, facilitando o alcance das recomendações básicas. Porém, pesquisas recentes têm mostrado que o consumo superior à dose diária recomendada também pode trazer estragos no funcionamento da tireoide. Em 2013, uma resolução da Anvisa reduziu a faixa de variação do iodo no sal de 20 a 60 miligramas por quilo (quantidade recomendada pela OMS para populações que consomem até 10 gramas de sal por dia) para 15 a 45 miligramas por quilo. A medida foi tomada após análises do Ministério da Saúde mostrarem que a população brasileira ingere uma taxa de iodo maior do que a recomendada pela OMS em razão do consumo elevado de sal.

Porque tomar iodo antes de engravidar?

suplementação na gravidez
Foto: Evehealth

As mulheres que estão planejando engravidar também são aconselhadas pelos médicos a tomar um suplemento de iodo diariamente, caso apresentem carências deste mineral. A OMS desde 2013 também recomenda a suplementação de iodo durante a fase de preconcepção, bem como amamentação.

Como o mineral é essencial para o amadurecimento do sistema nervoso central do feto e o seu adequado desenvolvimento, e como bebê é especialmente vulnerável ao déficit de iodo na primeira fase da gestação, a recomendação é para que as mulheres comecem a tomar suplementos de iodo antes mesmo da gravidez.

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