A anemia na gravidez é uma situação considerada comum, atingindo em algum grau cerca de 25% das gestantes no Brasil, de acordo com Ministério da Saúde.
Apesar de parecer algo normal, é fundamental entender que essa deficiência nutricional pode trazer sérios prejuízos não só para a mãe, mas também para o bebê.
Por esse motivo, trazemos neste artigo informações importantes a respeito da necessidade do diagnóstico correto e do tratamento médico para o combate a anemia.
A seguir, entenda também quais são os riscos dessa deficiência nutricional e descubra como é possível ter uma alimentação adequada para que ela seja prevenida e tratada.
Principais causas da anemia na gravidez
A causa principal da anemia na gravidez é a deficiência de ferro (que acontece em cerca de 95% dos casos). Em geral, essa deficiência é causada pelos seguintes motivos:
- Falta do consumo de alimentos com a quantidade de ferro necessária na dieta;
- Fluxo menstrual muito intenso antes de engravidar;
- Gestação que acontece muito próxima da outra;
- Histórico familiar;
- Gravidez de gêmeos.
O corpo humano tem a necessidade diária entre 15 e 18 miligramas de ferro. Conforme a gravidez avança, a quantidade de miligramas necessária aumenta para 27. Isso faz com que a mulher precise consumir duas vezes mais ferro do que o habitual.
Quando a anemia acontece, o organismo não recebe a quantidade ideal de ferro para a produção de hemoglobina, que são as células vermelhas no sangue.
Essas células têm como função realizar o transporte de oxigênio para todo o organismo e para o bebê, além de aumentar a imunidade da gestante.
É comum acontecer de a mulher apresentar anemia mais de uma vez após 20 semanas de gestação. Isso acontece porque o bebê em formação no útero faz com que seja necessário um fluxo sanguíneo maior da mãe.
Quando a anemia ocorre durante a gestação, o bebê acaba não recebendo o oxigênio necessário por meio do cordão umbilical.
Apesar da anemia na gravidez ser considerada algo recorrente, é fundamental que a gestante mantenha uma alimentação equilibrada e rica em alimentos que possam suprir as suas necessidades diárias. Desse modo, tanto ela quanto o bebê podem se manter saudáveis.
A anemia também pode ser provocada por conta de uma deficiência de ácido fólico. Para que a causa seja identificada, é preciso que seja feito um exame de sangue.
Após o nascimento do bebê, a mãe também pode vir a ter anemia, uma vez que boa parte do ferro do seu organismo passa para o bebê por meio da amamentação.
Sintomas e diagnóstico
A anemia na gravidez geralmente não provoca sintomas a princípio, mas pode causar alguns desconfortos que são mais intensos do que em casos de mulheres não gestantes.
Porém, os sintomas da falta de ferro no organismo começam a aparecer quando perduram por muito tempo, o que pode resultar nos seguintes sintomas para a gestante:
- Sensação de cansaço persistente;
- Sono em excesso;
- Apatia e falta de ânimo;
- Dores de cabeça;
- Debilidade muscular;
- Falta de ar;
- Palidez;
- Fraqueza;
- Inchaço;
- Tontura;
- Zumbido nos ouvidos;
- Sangramento nasal;
- Pressão arterial baixa;
- Desmaios;
- Pálpebras inferiores esbranquiçadas;
- Surgimento de manchas de tonalidade arroxeada pelo corpo.
Como pode acontecer da gestante não apresentar qualquer sinal que possa evidenciar que esteja com anemia, é importante que exames detalhados sejam realizados regularmente na gestação para que uma possível falta de ferro seja detectada.
No caso do surgimento de alguns dos sintomas que foram citados, é importante que o médico seja informado para solicitar os exames.
Além disso, também pode ser que os sintomas não estejam relacionados a uma anemia, mas sim a outros fatores da gravidez, como aumento do peso e do volume uterino. Por conta disso, é preciso que seja feito o diagnóstico correto.
Seja ou não durante a gravidez, o diagnóstico para anemia é feito de maneira simples por meio de um hemograma.
Esse exame é realizado com frequência durante a gravidez para avaliar se tudo está bem com a saúde da mãe e do bebê. Ao realizar esse exame, é possível verificar a quantidade de hemoglobina.
Caso seja necessário, o médico irá prescrever o mais rapidamente o uso de medicação ou a consulta com um nutricionista para que o tratamento seja feito e a deficiência no organismo seja corrigida.
Em se tratando de casos considerados mais graves, pode ser indicado um exame de imagem, além de procedimentos invasivos. Isso permite que a anemia seja avaliada diretamente no feto e sejam tomadas as devidas providências.
Anemia na gravidez prejudica o bebê?
Como a quantidade de nutrientes consumidos na gravidez são necessários para que o bebê se desenvolva bem, a princípio é a mulher quem fica desprotegida com a falta de ferro em seu organismo. Afinal, é o feto quem vai receber essa substância do corpo da mãe.
Quando a anemia é identificada no princípio, geralmente não causa nenhum prejuízo ao bebê em formação. Porém, se ela não for devidamente tratada no decorrer da gestação, a falta de oxigênio em quantidade suficiente pode fazer com que o desenvolvimento do feto seja afetado, e este sofrerá alguns impactos.
Por conta disso, a anemia pode trazer problemas para o bebê como:
- Baixo peso ao nascer;
- Dificuldade de crescimento;
- Prejuízo no desenvolvimento cerebral;
- Defeito congênito no tubo neural.
Além disso, após o nascimento do bebê, ele precisará receber a quantidade adequada de ferro por meio da amamentação. Dessa forma, ele poderá recuperar as reservas em seu organismo.
Riscos da anemia na gravidez
Como já foi mencionado, a anemia durante a gravidez oferece riscos para a mãe e também para o bebê. Além da sensação de cansaço da mãe, esse problema pode afetar a formação da placenta.
Dessa forma, isso pode prejudicar o desenvolvimento correto do feto, aumentando as chances de um trabalho de parto prematuro e também de um aborto.
Outros problemas que podem afetar a mãe são:
- Hipertensão arterial;
- Infecções;
- Insuficiência cardíaca;
- Embolia pulmonar.
Se a mãe perder muito sangue durante o parto, pode acontecer uma piora na anemia de forma drástica, o que faz com que ela fique mais propensa a ter infecções.
Isso sem contar que a fraqueza resultante da anemia acaba tornando mais difícil os cuidados necessários com o recém-nascido.
Em casos mais graves (quando a gestante presenta insuficiência cardíaca ou em caso de hemorragia) pode precisar recorrer a uma transfusão de sangue.
Como prevenir e o que comer?
Uma boa notícia é que, na maioria das vezes, o tratamento da anemia na gravidez é bem simples. Ela pode ser prevenida ao ter uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes. Assim, o organismo pode receber a quantidade adequada de ferro.
Também pode ser necessário fazer uma suplementação, o que será indicado pelo médico.
Veja a seguir como evitar a anemia por meio da alimentação e da suplementação:
Alimentos ricos em ferro
Em relação a alimentação para a prevenção da anemia, é fundamental incluir alimentos que são ricos em ferro, entre eles:
- Verduras de folhas escuras: couve, espinafre, agrião, brócolis, almeirão e outras que pertencem a essa família de vegetais são importantes fontes de ferro e outras vitaminas indispensáveis na gestação.
- Grãos: feijão, lentilha, castanhas e grão de bico são alguns exemplos de grãos ricos nesse nutriente.
- Carnes vermelhas e peixes: esses alimentos contêm uma quantidade de ferro que contribui para organismo. O fígado é rico em ferro, sendo muito indicado para quem apresenta um quadro de anemia.
Para que a absorção desse importante nutriente aconteça de maneira mais eficaz, o recomendado é que, ao terminar as refeições, um copo de suco feito a partir de uma fruta rica em vitamina C seja ingerido (laranja e limão, por exemplo).
Outra dica para as gestantes é evitar o consumo de café e chocolate, já que esses alimentos fazem com que a absorção do ferro seja mais difícil para o organismo.
Suplementação
Há alguns casos onde o médico recomenda que seja feita a suplementação de ferro e de vitamina B12, principalmente em casos onde a gestante tem dificuldade em absorver essas substâncias.
Isso permite que a quantidade recomendada de ferro absorvida seja satisfatória.
Além disso, é recomendado que a mulher que pretende engravidar em breve tome suplementos de ácido fólico, continuando a sua ingestão também durante a gestação.
Dessa forma, é possível evitar que o bebê apresente problemas que são irreversíveis, como no caso de um defeito no tubo neural.
Como o suplemento pode provocar constipação, é importante que a gestante aumente o consumo de fibras e beba bastante líquido.
Também é fundamental ressaltar que, caso a gestante seja vegetariana, ela deverá incluir a ingestão de outras vitaminas em sua dieta, como as que são pertencentes do complexo B (encontradas principalmente nos alimentos de origem animal).
Como foi possível entender neste artigo, prevenir a anemia na gravidez é, sem dúvida, a melhor alternativa para assegurar o correto desenvolvimento do feto no ventre.
Por esse motivo, o pré-natal é indispensável até que a gravidez chegue ao fim. Afinal, isso permitirá que o médico faça o devido acompanhamento da saúde da mãe e do bebê até o momento dele vir ao mundo.
Referências
huggies.com.br/gravidez/vitaminas-e-suplementos-durante-a-gravidez
arevistadamulher.com.br/gravidez/content/2380151-anemia-na-gravidez-saiba-quais-sao-as-causas-sintomas-tratamentos-e-como-evitar
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msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/gravidez-complicada-por-doen%C3%A7a/anemia-durante-a-gesta%C3%A7%C3%A3o