Para as mães que estão em fase de amamentação, a chegada do coronavírus ao Brasil (COVID-19) trouxe muitas perguntas.
Afinal, a falta de informação sobre a doença traz o receio de que ela possa ser transmitida para o bebê através do aleitamento materno.
Por se tratar de um vírus que foi descoberto recentemente, pouco se sabe a respeito das formas de transmissão. Pesquisas já foram feitas com lactantes infectadas, tendo como finalidade verificar se o risco de contagiar o bebê na hora de amamentar é real.
Para entender qual a relação entre amamentação e coronavírus, o aleitamento e o COVID-19, preparamos este artigo respondendo as principais dúvidas.
Veja o que deve ser feito em caso de suspeita ou confirmação da doença e quais os cuidados a tomar.
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O COVID-19 é transmitido através do leite materno?
Essa é a principal dúvida das mães que estão amamentando, causando muita preocupação. Afinal, existem várias doenças que podem ser transmitidas de mãe para filho por meio do leite materno.
Estudos foram realizados com amostras de mulheres lactantes infectadas com coronavírus (COVID- 19). Para alívio das mães, os resultados encontrados até agora não indicaram a presença do vírus no leite materno.
“Em estudos limitados sobre mulheres com COVID-19 e outra infecção por coronavírus, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV), o vírus não foi detectado no leite materno; no entanto, não sabemos se as mães com COVID-19 podem transmitir o vírus através do leite materno”, informa o boletim do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA)
Por essa razão, até o momento não há nenhuma confirmação de que seja possível que ocorra a transmissão do vírus da mãe para o bebê ao amamentar.
A mãe com suspeita de COVID-19 deve amamentar o bebê?
Não há nenhuma recomendação dos profissionais de saúde para que a lactante com suspeita de estar infectada pelo coronavírus deixe de amamentar. Desde que a mãe esteja se sentindo fisicamente bem, o aleitamento deve ser mantido normalmente.
“O CDC não possui orientação específica para amamentar durante a infecção por vírus semelhantes como SARS-CoV ou Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV).
Fora do ambiente pós-parto imediato, o CDC recomenda que uma mãe com gripe continue amamentando ou alimentando o leite materno expresso com o bebê , tomando as precauções para evitar a disseminação do vírus para o bebê.”, afirma o CDC.
O motivo se deve aos resultados dos exames feitos sobre a transmissão pelo leite. Como a presença do vírus não foi encontrada no leite de mães contaminadas, a criança não deve ser privada dos benefícios do aleitamento nessa situação.
Porém, é fundamental que a mãe que apresente sinais de estar com COVID-19 tome todos os cuidados para não transmitir pelo contato com o bebê. As precauções devem ser mantidas até que seja descartada a suspeita de contaminação.
Quais os cuidados na hora de amamentar?
O que se sabe sobre a transmissão do coronavírus é ela ocorre por meio do contato com secreções, como tosse ou espirro. Assim, o contato com as gotículas respiratórias de uma pessoa infectada deve ser evitado para que não aconteça o contágio.
Por isso, o indicado é que a mãe tome todas as precauções necessárias para evitar o contágio do bebê. Os cuidados incluem higienizar as mãos e usar uma máscara de proteção sempre que for amamentar.
Caso a mãe faça o uso de bombinha para tirar leite, deve lavar bem as mãos antes de tocar o objeto. Após o uso, a bomba deve ser devidamente higienizada.
Entenda mais sobre o coronavírus
O Coronavírus pertence a uma família de vírus e foi descoberto na China no final de 2019. Apesar dos esforços para contenção da doença, o vírus vem se espalhando pelo mundo, tendo o primeiro caso registrado no Brasil no final de fevereiro.
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Uma curiosidade a respeito do vírus é que ele recebeu esse nome porque, ao ser observado através de um microscópio, seu perfil se parece com uma coroa.
Quando ocorre o contágio, o vírus provoca infecções respiratórias na pessoa infectada. Por se tratar de um vírus descoberto recentemente, ainda não há muitos estudos a respeito.
O que se sabe é que, assim como outros vírus, o contágio acontece principalmente através do contato por vias respiratórias com pessoas contaminadas.
Como acontece a transmissão do COVID-19?
O vírus se espalha principalmente por meio de pequenas gotículas, que são expelidas pela boca ou pelo nariz. Ou seja, ocorre quando a pessoa tosse ou espirra, fazendo com que as gotículas se espalhem e fiquem alojadas no objeto ou superfície atingida.
Assim, quando uma pessoa toca o objeto ou a superfície contaminada e, em seguida, leva as mãos aos olhos, boca ou nariz, ocorre a contaminação.
A transmissão pode ocorrer pelo ar ou por meio do contato com pessoa contaminada, como:
- tosse
- espirro
- catarro
- saliva
- contato próximo, como aperto de mão
Quais são os sintomas da COVID-19?
Os sintomas mais comuns de uma pessoa contaminada por coronavírus são febre, tosse seca e sensação de cansaço. Além disso, outros sintomas podem se apresentar, como congestão nasal, diarreia, dor de garganta e corrimento nasal.
Porém, também há casos em que pessoas contaminadas não desenvolvem nenhum sintoma da doença.
Como evitar a contaminada pelo COVID-19?
A mãe que está em fase de amamentação deve ter cuidados redobrados para impedir que ocorra o contágio do seu bebê. Além de higienizar bem as mãos, o recomendado é usar álcool gel e evitar levar as mãos aos olhos, nariz e boca.
Outros cuidados incluem evitar que o compartilhamento de objetos de uso pessoal. Além disso, deve-se evitar lugares onde há muitas pessoas aglomeradas e o contato com pessoas que apresentam algum sinal de infecção respiratória.
Caso seja necessário viajar para regiões onde exista o risco de contaminação, o médico deve ser consultado para orientar em relação às maneiras de proteção.
Por que o aleitamento materno deve ser mantido?
O aleitamento materno é muito importante para a criança, pois oferece a ela todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. Além disso, ajuda a proteger contra diversas doenças, como alergias, diarreia e infecções.
Por essa razão, como não há indício de que o leite da mãe seja capaz de transmitir o vírus ao bebê, ele não deve ser privado desse alimento.
Se houver a suspeita de contaminação da lactante pelo coronavírus, o aleitamento só deve ser interrompido se a condição física dela assim exigir.
O médico deve ser consultado de imediato assim que surgir qualquer indício de que esteja infectada pelo coronavírus. No caso de a mãe ser diagnosticada com COVID-19, ela deve ser orientada sobre como fazer o aleitamento e proteger o seu bebê.
Fontes:
https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/specific-groups/pregnancy-guidance-breastfeeding.html
https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/specific-groups/pregnancy-faq.html