O corpo da mulher passa por inúmeras transformações a partir da concepção, o que pode resultar em uma série de sintomas, como enjoo, cansaço e dor de cabeça. Entre eles, a cólica na gravidez é um sintoma que traz preocupação para as mães, apesar de se tratar de algo comum, causado pelo desenvolvimento do bebê em seu ventre.
Porém, apesar de, na maioria das vezes, essas cólicas não serem motivo para se preocupar, há casos em que é preciso atenção, como quando ela vem acompanhada de corrimentos ou sangramento.
Entenda quais são os motivos que levam à cólica na gravidez, quando é preciso buscar ajuda médica e o que fazer para minimizar esse incômodo.
O que é cólica menstrual?
A cólica menstrual é uma das queixas mais recorrentes das mulheres em relação à menstruação. Ela acontece quando o corpo está iniciando o ciclo menstrual, sendo considerado algo perfeitamente normal, provocando dores leves e às vezes intensas.
De acordo com especialistas, diferente da cólica na gravidez, a cólica no período menstrual está associada à liberação de uma substância produzida no útero, chamada prostaglandina.
Essa substância é a causadora das contrações uterinas, o que resulta nas dores na região do abdômen. Quando a mulher começa a menstruar, os níveis de prostaglandina diminuem, fazendo com que a sensação de dor comece a ser reduzida.
Quando começam as cólicas na gravidez?
As cólicas podem ter início desde o princípio da gravidez, quando ocorre a implantação do óvulo no útero (processo conhecido como nidação) e podem perdurar até cerca de 10 semanas.
Sentir cólica na gravidez é um dos sintomas mais comuns quando a gestação se encontra no início, sendo considerado algo normal. O motivo é devido à adaptação uterina à presença do bebê e ao seu crescimento no ventre. Além disso, outro motivo é devido às alterações hormonais que o corpo da mulher passa durante essa fase.
Esses hormônios, como a progesterona, agem de forma a impedir que o endométrio (tecido onde o embrião se fixa) acabe se desintegrando e saindo na menstruação. Também é responsável por estimular o crescimento do endométrio e, como resultado, o útero se contrai, o que provoca as cólicas.
Causas possíveis
Além dos motivos comuns citados acima, a cólica na gravidez pode ter outras causas que merecem atenção da gestante. Entre essas causas, encontram-se as seguintes:
- Aborto espontâneo: pode ocorrer no início da gestação por conta de uma infecção, consumo de alguns tipos de chás, traumatismos e outras situações.
- Gravidez ectópica: acontece quando, ao invés de o embrião se desenvolver dentro do útero, o desenvolvimento se dá nas trompas uterinas.
- Deslocamento da placenta: ocorre quando a placenta se desprende da parede interna do útero antes do momento do parto, o que pode exigir repouso total ou uma cesárea.
- Outras causas: infecções urinárias, viroses, intoxicação alimentar.
Para identificar essas causas, quando não se trata de uma cólica considerada normal à gravidez, as dores se manifestam de maneira mais progressiva, ou seja, ao invés de diminuir com o repouso, tendem a ficar cada vez mais intensas.
Sintomas
Além da cólica, outros sintomas podem se manifestar, como febre, dor lombar, náuseas e sensação de ardência ao urinar. É importante prestar atenção aos sintomas para que o médico seja informado corretamente.
Essas cólicas costumam ser leves e se localizam na região do baixo ventre. Outros sintomas costumam vir acompanhados, como seios doloridos, aumento da vontade de urinar e náuseas.
Por essa razão, o exame pré-natal é essencial para que a mãe possa se informar e também se tranquilizar em relação aos sintomas que acompanham a cólica na gravidez.
Cólicas no início da gravidez, é normal?
É normal a mulher ter cólicas no início da gestação, pois o seu corpo está passando por inúmeras mudanças para se adaptar ao novo ser que se encontra em seu útero.
O aumento da progesterona, hormônio fundamental para que a gravidez transcorra de forma saudável, faz com que o corpo fique mais inchado e ocorram cólicas semelhantes à chegada da menstruação.
Cólica no final da gravidez, devo me preocupar?
Quando as cólicas acontecem com mais frequência e intensidade após 37 semanas de gravidez, pode indicar que o bebê está para nascer. Isso acontece devido aos movimentos realizados pelo bebê ou então porque o peso dele está pressionando os músculos e veias, o que provoca desconforto para a mãe.
Sentir cólicas ao final da gestação pode acabar confundindo algumas mulheres. Isso porque, com o inchaço e a maior pressão nos órgãos internos ocasionados pelo peso do bebê, é natural que ela se sinta mais desconfortável.
Porém, essas cólicas podem indicar que chegou o momento do parto, o que acontece por conta das contrações para que o bebê seja expulso do útero. Elas começam com uma intensidade fraca e no final da coluna, sendo bem mais intensas. Nesse caso, há contrações uterinas de 30 a 40 segundos, relaxando em seguida.
Diferença entre cólica menstrual e cólica gravidez
As diferenças entre as cólicas menstruais e de gravidez geralmente não são notadas no início da gestação. Por esse motivo, a principal forma de saber se está grávida é ficar atenta se a cólica diminui ao menstruar. No caso de gravidez, ocorrerá a falta do período menstrual.
Também é importante notar se há outros sintomas que acompanham as cólicas, como sonolência, sensação de náusea (principalmente durante o período da manhã) e cansaço excessivo. Esses consistem nos sintomas mais comuns de gravidez.
Para acabar de vez com as dúvidas, o recomendado é realizar um teste de gravidez de farmácia para que seja possível confirmar a gestação.
Cólica muito forte, o que fazer?
Para aliviar as cólicas, a opção é tomar um banho quente e relaxar. Uma prática recomendada é incluir a yoga na rotina, o que ajuda a melhorar a respiração, relaxar e, consequentemente, aliviar as dores.
A mudança na alimentação também é algo que pode trazer benefícios em relação à cólica na gravidez, já que o alimento ingerido acaba interferindo na gestação. Por isso, é indicado evitar alimentos que podem provocar gases, como o feijão, por exemplo. Se a dor se tornar muito intensa e não passar de forma alguma, é hora de buscar ajuda médica.
Cólica com corrimento
Se a cólica vier junto a um pequeno corrimento, sem odor e com cor clara, é considerado normal, pois é causado pelas mudanças hormonais que estão ocorrendo.
Porém, se o corrimento apresentar um cheiro desagradável e uma tonalidade amarelada, amarronzada ou esverdeada, pode se tratar de uma infecção, principalmente quando vem acompanhado de dor ao urinar.
Cólica com sangramento
A cólica com sangramento na gestação é motivo de atenção redobrada. Isso pode indicar uma infecção que precisa ser tratada. Se o sangramento é em grande quantidade, de tonalidade vermelha viva e com coágulos, pode indicar uma situação mais séria, como problemas no colo de útero ou aborto.
A gravidez ectópica também é outra situação que leva ao sangramento, que vem acompanhado de uma cólica intensa. Nesse caso, o exame abdominal causa forte dor e é necessária uma cirurgia para evitar que a vida da mulher fique em risco.
Cólicas após a relação
A cólica pode aparecer após a relação, o que ocorre porque o orgasmo causa contrações no útero. O motivo para isso acontecer é porque a região pélvica fica sobrecarregada durante a gravidez, ou devido à tensão que algumas mulheres sentem ao ter relação quando estão grávidas.
Para evitar que isso aconteça, o recomendado é que as relações sejam em um ritmo em que a mulher se sinta mais confortável. Uma dica é pedir para o parceiro fazer uma massagem nas costas após o orgasmo, o que ajuda no alívio da sensação de dor.
Cólica no início da gravidez como se fosse menstruar, como proceder?
Quando a gravidez se encontra no início, a cólica é muito semelhante à que a mulher sente na proximidade da menstruação. Essa sensação incômoda é muitas vezes confundida com a proximidade do período menstrual, e também pode vir acompanhada de inchaço, gases e constipação.
A sensação de dor na região do ventre acontece com muitas mulheres, sendo motivada pela implantação do óvulo. As cólicas podem perdurar até 10 ou 11 semanas de gestação, sem a necessidade de preocupação.
Apesar de não ser motivo para se preocupar, é importante ficar atenta e observar se essa sensação se intensifica, pois pode indicar que há algo de errado.
Cólica tomando anticoncepcional pode ser gravidez?
Existe sim a possibilidade de que a sensação de cólica, mesmo tomando anticoncepcional, esteja relacionada a uma gravidez. Isso porque os anticoncepcionais tornam a menstruação regular, reduzindo tanto a quantidade de sangue eliminado quanto as dores.
É preciso lembrar que falhas podem acontecer com o uso de anticoncepcionais, devido ao esquecimento de tomar a pílula ou por ação de algum medicamento que a mulher está tomando.
Por isso, se há dúvida se está ou não a espera de um bebê, é preciso fazer um teste de farmácia ou então de sangue.
Como aliviar as cólicas na gravidez?
Para trazer alívio ao incômodo causado pelas cólicas na gestação, algumas medidas podem ser tomadas, como:
- Comer em pequenas porções no decorrer do dia para evitar que o sistema digestivo fique sobrecarregado;
- Evitar consumo excessivo de alimentos que promovem gases intestinais, como feijão, sorvete e brócolis;
- Manter uma dieta equilibrada;
- Beber bastante água, evitando bebidas gaseificadas;
- Fazer atividades leves e relaxantes.
Tratamento
Dependendo do motivo que está provocando a cólica na gravidez, o tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos, como o Buscopan, reduzindo a sensação de desconforto.
É importante lembrar que qualquer medicamento deve ser tomado com a indicação de um médico, especialmente na gravidez.
O tratamento para as cólicas varia de acordo com as causas e também no caso de trazer riscos para o bebê. Como a saúde da mulher torna-se mais sensível, é preciso que o pré-natal seja seguido corretamente.
Se as dores forem intensas e mais frequentes, provocando outros sintomas como náuseas e vômitos, o médico deverá ser informado para que a origem do problema seja investigada e se inicie o tratamento.
Caso haja a necessidade, o médico poderá solicitar exames para descobrir o motivo das cólicas, como o exame de urina para verificar a existência de uma infecção urinária ou ultrassonografia para avaliar se trata-se de uma gravidez ectópica.
Em algumas situações, até mesmo pode ser preciso que a mãe fique internada para fazer o tratamento.
Quando procurar um médico?
É preciso ficar atenta quando as cólicas forem muito fortes e a sensação de dor aumentar cada vez mais, mesmo após repousar. Outros sintomas poderão vir acompanhados, como febre, diarreia, calafrios, dor ao urinar e sangramento.
Se a gravidez está no início e há uma cólica intensa, acompanhada de sangramento, é possível que se trate de um aborto espontâneo. Se a gestação está avançada, mas ainda não completou 37 semanas, pode se tratar de um parto prematuro.
Por essa razão, ao ter a cólica na menstruação com algum desses outros sintomas ao mesmo tempo, é importante buscar ajuda médica e se encaminhar para a emergência.
Cólicas após o parto (nas primeiras semanas)
É normal que a mulher tenha cólicas após o parto. Isso ocorre porque a placenta foi expelida e o útero volta gradativamente ao seu tamanho normal, enquanto está vedando os vasos sanguíneos na parede uterina.
As contrações do útero é o que causa a cólica após o parto. Isso pode ser sentido também enquanto o bebê é amamentado, o que é causado pelo estímulo nos mamilos. Em geral, essa dor dura cerca de uma semana e é acompanhada de sensação de enjoo e azia.
Para ajudar a estimular o útero, o indicado é fazer uma massagem sobre a região. Caso a dor seja intensa, o médico deverá ser informado para que prescreva os medicamentos adequados para aliviá-los.
Se as cólicas vierem com sangramento em grande quantidade, febre ou calafrios, há a possibilidade de uma infecção, o que deve ser informado ao médico.
Referências
alwaysbrasil.com.br/pt-br/dicas-e-conselhos/sua-fluxo-menstruacao/tudo-sobre-colicas-menstruais-e-dores-menstruais
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pampers.com.br/gravidez/dar-a-luz/artigo/recuperacao-posparto