Após o nascimento do bebê, o organismo ainda demora algum tempo para se adaptar ao mundo exterior, assim como algumas partes do corpo também precisam amadurecer para funcionar corretamente.
É durante essa fase de adaptação do corpo do bebê que mais ocorre o refluxo, que é o retorno do alimento ingerido misturado ao ácido gástrico, que volta do estômago para o esôfago.
Isso acontece porque a válvula de ligação entre os órgãos, chamada esfíncter, pode demorar até um ano para se desenvolver completamente; por esse motivo, é comum que bebês tenham esse problema.
Apesar de comum, o problema pode deixar os pais preocupados, por isso, o ideal é conversar sobre o assunto com o pediatra para avaliar se o que está acontecendo com o bebê é realmente refluxo para atenuar o desconforto causado, já que o ácido gástrico pode fazer com que a criança sinta queimação, dor de estômago e dificulte a amamentação.
Como saber se o bebê tem refluxo
A melhor forma de saber se o bebê tem refluxo é avaliar o seu comportamento, pois os bebês tendem a ficar inquietos após as mamadas devido ao desconforto.
Os pais também devem ficar atentos à quantidade de leite que o bebê regurgita; geralmente, é uma quantidade razoável, com odor azedo e com pequenos pedacinhos em sua composição.
Como consequência ao refluxo, devido ao bebê não conseguir fazer a digestão corretamente, o problema pode impedir o ganho de peso e vitaminas importantes para o seu desenvolvimento.
Quais os Sintomas: conheça os sinais
Nem sempre o bebê mostrará todos ou vários sintomas do refluxo ao mesmo tempo, por isso, o ideal é que os pais estejam sempre atentos aos sinais demonstrados pelo bebê.
Dentre os sintomas mais frequentes de refluxo, estão a dor abdominal, que pode ser verificada quando o adulto tenta pressionar a barriga da criança e ela se demonstra incomodada com o toque; irritabilidade constante; náuseas e vômitos, principalmente logo após a amamentação, já que o leite tende a ser digerido rapidamente; prisão de ventre; distúrbios de sono, já que o refluxo impede que a criança fique relaxada e adormeça; choro constante, especialmente após a amamentação; dificuldade em ganhar peso; inflamações nos ouvidos; rouquidão; sangue nas fezes; hemorragias e falta de apetite ou dificuldade para mamar.
Também podem ser associadas ao refluxo doenças como pneumonia, otites, bronquites ou infecções respiratórias. Caso o bebê apresente algum ou alguns desses problemas, deverá ser levado o mais breve possível ao pediatra para uma avaliação sobre a origem do problema e a verificação de uma possível relação com o refluxo.
Refluxo em bebê recém-nascido
Os bebês recém-nascidos, principalmente os prematuros, tendem a sofrer um grau leve de refluxo, o que é considerado dentro da normalidade pelos pediatras, já que nessa fase o aparelho digestivo ainda está imaturo. Convém que os pais acompanhem de perto o desenvolvimento da criança e observem se o problema está diminuindo, o que, por regra, deve acontecer.
O que fazer quando o bebê tem refluxo?
No caso dos bebês recém-nascidos e nos meses de aleitamento como alimentação exclusiva, o ideal é que a criança permaneça com a cabeça mais elevada durante a amamentação e seja mantida na vertical por alguns minutos após terminar de mamar, mesmo depois de arrotar.
Essas medidas fazem com que o bebê elimine o ar mais facilmente, o que diminui a sensação de mal-estar.
A posição que o bebê dorme também é importante para evitar o refluxo. Colocar um travesseiro ou almofada embaixo da cabeça, de modo que a criança fique levemente inclinada, também evita o retorno do leite, o que pode ser especialmente perigoso durante o sono, já que a criança pode se asfixiar com o líquido.
A troca de fraldas também é um fator importante para o alívio do refluxo. Os pais devem evitar trocar as fraldas do bebê logo nos primeiros minutos após a mamada, pois a movimentação pode dificultar a digestão e causar um mal-estar e refluxo. O ideal é que a fralda seja trocada antes da amamentação ou pelo menos uma hora depois.
Por fim, a amamentação em livre demanda é preferencial caso o bebê apresente refluxo, pois amamenta-lo em horários certos pode fazer com que ele ingira mais leite de uma única vez, o que dificultará a digestão e poderá fazer com que o bebê regurgite.
No caso de crianças maiores a dica também é válida, pois diminuir o tempo entre as refeições, sejam elas pastosas ou já sólidas, também pode evitar o refluxo.
Tratamento para refluxo em bebê
Se mesmo com todos os cuidados para evitar o refluxo o problema persistir, é importante que os pais levem o bebê ao pediatra para que ele avalie a necessidade de medicação, pois esse deve ser ministrado apenas em casos mais graves.
Quando necessário, o médico pode prescrever remédios procinéticos, que devem acelerar o movimento de contração e expansão do esfíncter e assim segurar o alimento no estômago, e antiácidos para diminuir o desconforto causado pelo refluxo.
Refluxo em bebê x Alimentação da mãe
A amamentação da mãe pode influenciar no refluxo do bebê. Dentre os casos mais comuns está a ingestão de leite de vaca pela mãe, já que a proteína do leite passa para o leite materno e, caso o bebê tenha restrição ou intolerância a essa proteína, poderá desencadear o refluxo.
É importante que, caso a mãe perceba que ao se alimentar de algo o bebê demonstre alguma mudança no comportamento, que retire esse alimento da dieta para fazer um teste, além de informar o caso ao pediatra na consulta de rotina.
Refluxo Oculto
O refluxo oculto recebe esse nome porque, nesses casos, o bebê não chega a vomitar, o que dificulta a percepção do problema. Ainda assim, o desconforto existe por conta do ácido que se mistura ao leite e, como isso, o bebê também deverá se mostrar mais irritado e apresentar os outros sintomas inerentes ao refluxo. Por isso, é importante comentar com o médico caso haja a suspeita desse tipo de problema.
Colchão e travesseiro antirrefluxo funcionam?
O colchão e o travesseiro anti refluxo auxiliam para que o bebê permaneça levemente inclinado, em um ângulo de cerca de 30 graus, e assim evite o retorno do leite.
Entretanto, a utilização desses acessórios não é aprovada por todos os pediatras e gera certa contradição, pois segundos alguns estudiosos, bebês menores de um ano não devem utilizar nenhum tipo de travesseiro, devido ao risco de sufocamento ou, por conta da inclinação, o bebê rolar durante o sono e permanecer em uma situação desconfortável.
No caso de dúvida entre comprar ou não o colchão e o travesseiro, é importante perguntar a opinião do pediatra que acompanha o desenvolvimento do bebê, pois ele poderá aconselhar os pais de acordo com o nível de refluxo apresentado ou mesmo argumentar sobre a compra.