O mecônio é a substância que constitui as primeiras fezes do recém-nascido.
Ela tem a aparência viscosa, verde-escuro e começa a ser produzida a partir da décima semana de gestação, mas o bebê poderá liberá-lo por volta das 36 semanas de gravidez, o que pode significar que já está completamente pronto para nascer.
Nesse caso, a liberação do mecônio demonstra que o intestino do bebê está funcionando corretamente.
O bebê deve eliminar o mecônio nas primeiras 12 horas de vida, e a ingestão do colostro (primeiro leite da mãe) o ajuda a eliminar a substância mais rapidamente, por isso a amamentação é extremamente importante já nas primeiras horas de vida da criança.
Caso a eliminação do mecônio não aconteça nas primeiras 24 horas, isso pode significar que o intestino ainda não está completamente formado ou apresenta algum tipo de problema, nesse caso, devem ser realizados exames e a substância deve ser subtraída através de clister.
Mecônio espesso
O mecônio espesso é a mistura da substância com o líquido amniótico. Recebe esse nome quando existe pouco líquido amniótico no útero, o que impede a sua diluição correta, e nesse caso torna o líquido grosso, com a aparência de uma papa de ervilhas.
Dependendo da quantidade, pode ser chamado também de mecônio fluído ou moderado, de acordo com a consistência que o líquido apresenta.
Mecônio no líquido amniótico
Como o mecônio é o cocô do bebê, ele é eliminado no útero da mãe e se mistura no líquido amniótico, o que pode ser um problema caso a quantidade de líquido não seja suficiente para que o mecônio seja diluído, pois é nesse meio que o bebê ficará e o risco dele aspirar a substância é maior, o que pode levar a criança a entrar em sofrimento fetal.
Para que isso não ocorra, o ideal é a mãe ingerir bastante líquido, pois, com essa prática, além de estimular a produção de mais líquido, o bebê também faz mais xixi (o xixi do bebê também é expelido no líquido amniótico e faz com que a quantidade de líquido seja maior).
O grande risco de se ter mecônio em grande quantidade no líquido amniótico é o bebê aspirá-lo antes, e assim entrar em sofrimento fetal, ou durante o parto, pois é nesse momento em que o bebê respira pela primeira vez, já que dentro do útero ele recebe oxigênio pelo cordão umbilical.
A aspiração, ou o “gasping”, do mecônio pode fazê-lo chegar aos pulmões, o que impedirá a respiração e a obstruirá das vias aéreas. Além de graves problemas no aparelho respiratório, outra consequência é a falta de oxigênio no cérebro, o que pode deixar o bebê com sequelas ou leva-lo a óbito.
Para verificar se o bebê está em sofrimento fetal, deve-se fazer a auscultação dos batimentos cardíacos da criança, além do ultrassom também apresentar a quantidade de líquido amniótico no útero.
Caso a quantidade de líquido seja menor que a necessária, o médico pode realizar uma amnioinfusão, que é a inserção de soro na cavidade amniótica, ou mesmo adiantar o parto.
A melhor forma de acompanhamento da gestação é a realização do pré-natal e todos os exames corretamente, pois, dessa forma, o médico poderá acompanhar a gravidez e perceber o mais cedo possível qualquer problema.
A gestante também deve se alimentar corretamente e ingerir muito líquido, pois essa prática diminui muito o risco da diminuição do líquido amniótico e, assim, o seu corpo e o do bebê ficarão muito mais saudáveis.