Quando se está grávida é preciso se alimentar saudavelmente, bem como seguir uma restrição alimentar, pois alguns alimentos e/ou chás podem ser benéficos ou perigosos.
O gengibre, por exemplo, é uma raiz que proporciona diversos benefícios à saúde. Como planta medicinal, ele é uma das mais antigas e populares do mundo, atuando no trato gastrointestinal, bem como antioxidante, anti-inflamatório e na perda de peso (termogênico, acelerando o metabolismo).
Também muito utilizado na culinária, possui sabor picante e pode ser usado tanto em pratos salgados quanto doces, nas formas: fresco, seco, em conserva, em cápsulas (em pó) ou cristalizado.
Uma raiz benéfica para diversos problemas de saúde, mas será que existem benefícios do gengibre na gravidez?
Benefícios do gengibre na gravidez
Em grávidas, o gengibre é um grande aliado. Dentre as diversas ações, pode ajudar no tratamento de gripe, dor de garganta, e principalmente no âmbito do trato gastrointestinal.
Nesse sentido, nos primeiros meses de gestação quando as náuseas matinais são mais frequentes o gengibre ajuda a aliviar os sintomas. As náuseas e os vômitos na gestação atingem de 55% até 90% das grávidas, sendo que um terço delas tem o dia a dia bastante comprometido por conta desses sintomas, que podem se manter por todo o primeiro semestre da gravidez.
Os principais componentes ativos, responsáveis pelos seus efeitos farmacológicos, são os gingeróis e os shogaóis (produto da desidratação do gingerol). Estudos indicam que o gengibre inibe os receptores da serotonina e exerce efeitos antieméticos (alívio dos sintomas de enjoo, náuseas e vômitos) no sistema gastrintestinal e no sistema nervoso central.
Normativa da Febrasgo
Para quem já ouviu falar que o gengibre é abortivo, a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) oficializou em 2013 uma normativa para o Tratamento de Náuseas e Vômitos na Gestação, recomendando o uso.
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A norma, apresentada durante o 46º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal, foi resultado de uma revisão da literatura médica por meio de estudos e busca padronizar o receituário no País.
A recomendação oficial prevê que a gestante inicialmente adote primeiramente mudanças na dieta com uma combinação de piridoxina (vitamina B6) e extrato de gengibre. A diferença principal dessa droga para as outras prescritas anteriormente está no fato de ela ser a única combinação disponível no Brasil considerada classe A pelo Food and Drug Administration (agência de vigilância sanitária americana).
De acordo com a normativa, uma revisão da biblioteca Cochrane avaliou a eficácia e a segurança do uso do gengibre para combater náuseas e vômitos no início da gravidez, com um total de 675 participantes. “Todos os estudos (observacionais e ensaios clínicos) comprovaram a efetividade do produto e a ausência de efeitos colaterais significativos ou efeitos adversos na gravidez.
A conclusão dessa e de outras revisões é que o gengibre pode ser uma opção de tratamento eficaz e segura para náuseas e vômitos do início da gravidez”, informa o guia oficial.
A normativa ainda informa que “doses de até 1 g diários de gengibre são eficazes, sem quaisquer resultados negativos para a gravidez, e podem ser usadas sem preocupação”. A Febrasgo ainda afirma que o gengibre deve ser considerado como uma opção de primeira linha para sintomas de vômitos e enjoos ou como coadjuvante com outras formas de terapia.
Grávida pode tomar chá de gengibre?
Pode. O mais prudente é seguir a recomendação da Febrasgo de não ultrapassar 1g por dia até mesmo em chás, que podem ser infusões com pedaços de gengibre não triturados (ralados).
Para fazer o chá, descasque uma pequena raiz de gengibre (do tamanho de uma noz), o equivalente a 1g – utilize uma balança culinária para auxiliar na pesagem – e deixe ferver em 500 ml de água por cerca de 10 minutos. Coe, deixe esfriar e beba.
Como usar o gengibre para enjoo na gravidez?
– Chás
– Balas de gengibre – ajuda nos enjoos, mas cuidado para não exagerar na dose, ou seja, nada de ficar com bala de gengibre o dia todo na boca.
– Comprimidos de piridoxina e gengibre. O comprimido é receitado por médicos. Evite a automedicação!
– Em alimentos, como: saladas, arroz, doces, sucos, iogurtes, sopas etc.
CUIDADO: Apesar dos benefícios do gengibre na gravidez, os suplementos de gengibre podem interferir com diversas medicações, sob risco de potenciarem o seu efeito, como os de diabetes orais, anticoagulantes ou medicação para a hipertensão arterial. Busque sempre orientação médica. Nunca se automedique.