Bebê pode dormir na cadeirinha? Tire suas dúvidas!
Uma situação muito comum de relatos de papais e mamães: levar os pequenos para uma básica “voltinha” de carro e em pouco tempo eles já estão dormindo. Basta o veículo começar a se movimentar para a criança começar a ficar sonolenta na cadeirinha do carro, também conhecida como bebê conforto.
O barulho do motor, o balanço suave… tudo conspira para ajudar a embalar o sono dos anjinhos.
Bebê pode dormir na cadeirinha?
Porém, a cadeirinha foi criada com o objetivo de ser um equipamento de segurança de transporte do bebê no carro, ou seja, para salvar vidas, e seu uso fora desse conceito pode trazer riscos ao bebê.
Faz mal ao bebê dormir no bebê conforto?
Não é proibido deixar o bebê dormir na cadeirinha, as cadeirinhas de carro são projetadas para permitir que o bebê durma confortavelmente com a cabeça e a coluna bem apoiados, sem que o pescoço fique “tombado”. A vantagem desse item de segurança é permitir que o bebê esteja seguro e possa até mesmo dormir, mas em trânsito. Desde que a cabeça esteja bem apoiada, não há problema de a criança dormir por períodos curtos semi-sentada no bebê conforto.
Porém, muitas marcas de cadeirinhas criam novos modelos para facilitar a vida dos papais, como as que permitem ser acopladas ao carinho, para que assim os pais não precisem mudar o bebê da cadeirinha para o carrinho, ou mesmo há pais que têm o costume de levar a criança no bebê conforto direto para casa para não acorda-la. Mas saibam: o que facilita pode também prejudicar. Esta atitude pode gerar riscos ao bebê.
O alerta foi publicado em várias mídias médicas e comprovado em estudo de 2015 do The Journal of Pediatrics, que analisou casos de morte infantil relacionados a cadeirinhas de carro.
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Riscos de o bebê dormir na cadeirinha
A pesquisa analisou 47 casos de morte de crianças menores de dois anos. Cerca de dois terços das ocorrências envolviam cadeirinhas de carro, sendo que 52% das mortes foram causadas por sufocamento ou estrangulamento no cinto de segurança. Apenas um dos casos, não foi causado por asfixia.
Pesquisadores encontraram que o intervalo entre a última vez em que a criança foi vista com vida e a descoberta do óbito variou de 4 minutos até 11 horas. Ou seja, bastam poucos minutos para acontecer o pior. O pediatra Erich Batra, que liderou o estudo, afirmou que é essencial a supervisão das crianças.
Segundo ele, nenhuma criança deve ficar sozinha, sem supervisão de um adulto, mesmo na cadeirinha. “Há casos também em que a criança escorregou da cadeirinha e o cinto acabou sufocando-a”, declarou ele na época.
O que é a asfixia postural ou asfixia posicional?
É a asfixia que causa compressão dos órgãos internos e vias respiratórias do bebê quando o corpo do bebê se flexiona para frente em decorrência da ação da força da gravidade.
Bebês muito pequenos possuem limitação em seus movimentos. Dessa forma são incapazes de corrigir sua postura quando se sentem desconfortáveis ou apresentam dificuldades para respirar. Um bebê de até seis meses, não tem força suficiente para sustentar sua coluna ereta.
Quando um bebê é colocado na cadeirinha, ele pode flexionar o corpo involuntariamente, podendo pender a cabeça para frente e o queixo encostar no peito, como um “C”. Tal posição pressiona o tórax do bebê e o impede de expandi-lo para respirar. Além do mais, a cabeça posicionada no peito leva a dificuldades de respiração. Se não houver ninguém por perto ou atento para reposicionar o corpo do bebê na cadeirinha, pode ser fatal. Sem a capacidade de respirar, o bebê pode morrer!
Como evitar acidentes
Tome sempre cuidado: a recomendação médica é colocar os bebês para dormir de barriga para cima, em um berço e nunca em um bebê conforto.
O bebê conforto deve ser usado apenas no carro e, por no máximo, um hora e meia. Em casos de viagens longas, o indicado é fazer paradas para que o bebê possa ser retirado da cadeirinha.
Além disso, a criança deve ser posicionada no bebê conforto com a cabeça ereta, os ombros presos ao cinto de segurança e com todos os cuidados para que não aconteça o “tombamento” do pescoço.
Outro cuidado importante é respeitar as dimensões estabelecidas pelos fabricantes no que diz respeito ao peso e à altura da criança. Não respeitando esse critério, o topo da cabeça começa a ficar de fora e perde-se um pouco da proteção. Se o bebê conforto for usado corretamente, ele não é perigoso.
E, claro, mantenha a atenção constante no bebê, evitando que ele mude de posição e acabe se asfixiando.