O dia a dia ao carregar o bebê direto dos braços, por horas a fio, pode doer os braços, não sendo nem um pouco confortável nem para a mamãe ou o papai nem para o bebê. Aí que entram dois acessórios que podem fazer diferença no conforto do transporte do seu bebê, o sling e o canguru.
O canguru funciona como se fosse uma mochila, e pode ser usado tanto nas costas quanto na frente. Já o sling consiste basicamente em um pedaço de tecido, que pode ser amarrado de muitas maneiras diferentes. Desde cruzado, apoiado em um ombro como uma bolsa, até passando pelos dois ombros e abraçando a lombar.
Mas qual dos dois é mais benéfico para o bebê e para a mamãe? Sling ou Canguru: qual escolher? Qual o melhor?
Sling ou Canguru: qual escolher?
Canguru
Um dos mais antigos carregadores estruturados (com armação mais rígida), muito usado pelas mamães e papais. O carregador de bebê como mochilas – também conhecido no Brasil como canguru – é ideal para transportar bebês capazes de segurar a cabeça, o que acontece entre os quatro e cinco meses de idade.
Muitos cangurus podem ser usados com o bebê de frente para o peito de quem carrega durante os primeiros meses e depois, quando ele já tem melhor controle da cabeça, virado para o mundo externo. Há também modelos que são uma espécie de mochila para carregar o bebê nas costas quando ele está maiorzinho (mais ou menos a partir do sexto mês).
O beneficio do uso seria mais para a mãe no sentido de distribuir o peso por igual, porém, para o bebê a posição não é muito favorável, pois o peso será concentrado na parte das virilhas ao invés do bumbum, o que desfavorece o retorno do sangue e pode amortecer as perninhas do seu bebê, como elas ficam sem apoio e “penduradas” para fora do canguru, a lombar é compensada para trás,
O ideal seria encaixar o bebê com posição de pernas dobradinhas (postura estilo “rã”) e assim favorecer o seu desenvolvimento nas articulações.
A postura de “rã” consiste em levar o bebê no colo com as pernas abertas em cerca de 45° em relação ao eixo corporal (abertura total entre as pernas de 90°), e o quadril flexionado de maneira que os joelhos fiquem à uma altura ligeiramente superior ao bumbum. Isso permite que a cabeça do fêmur fique perfeitamente encaixada dentro da articulação do quadril e é a posição fisiologicamente correta, é uma postura ótima, e previne problemas posteriores desta articulação. Esta técnica de encaixamento ajuda a resolver casos de displasia de quadril leves.
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Sling
Sling significa tipoia, em inglês. O acessório, feito de pano e amarrado ao corpo, permite ao neném e à mãe contato direto, pele a pele, com segurança e benefícios para ambos.
Segundo Flávia Maciel de Aguiar, ginecologista e obstetra, idealizadora do projeto Geração Mãe, esse “pedaço de pano”, onde o bebê vai aconchegado ao corpo da mãe – do pai ou de outro familiar -, é muito mais do que um facilitador nas tarefas do dia a dia, é uma maneira saudável de ‘maternar’ o neném, com contato direto pele a pele e troca de calor e de energia. “O Sling conquistou-me quando meu filho mais velho nasceu e, na época, eu buscava simplesmente um artifício para ajudar-me na rotina diária. Porém, descobri que ele era muito mais que um acessório, que permitia que eu carregasse meu bebê com as mãos livres”, explica.
De acordo com a médica, bebês, especialmente os menores de três meses, precisam estar no colo para se sentirem seguros e calmos e o Sling é uma das maneiras de garantir isso.
Com ele, o colo torna-se mais cômodo, pois o peso é distribuído igualmente nos ombros, além de permitir que o neném fique na posição fetal e também em contato direto com a pele, cheiro, voz e temperatura da mãe, seu o porto seguro. “Não é à toa que bebês carregados no Sling choram menos”, garante Maciel.
Há ainda o lado prático do Sling, já que permite que se faça, praticamente tudo, com o bebê junto ao corpo. O acessório ajuda ainda na amamentação, pois calor do contato do bebê com o seio materno favorece o aumento da vascularização na região mamária e, por consequência, a produção de leite.
Atualmente há inúmeras empresas no Brasil que fazem o Sling e enviam o acessório para qualquer lugar. As próprias fabricantes e as mães que usam o recurso disponibilizam vídeos na internet, ensinando como fazer as amarrações e levar os bebês com segurança.
O Sling está tão popular que existem hoje diversos estudos feitos por médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que garantem a eficácia e os benefícios desse “pedaço de pano” para as mães e os nenéns. O que era apenas uma questão cultural, milenar, diga-se de passagem, hoje caminha para a comprovação científica.
O pano pode ser usado desde o primeiro dia do nascimento até quando o peso da criança for suportável para a mãe e pode ser fabricado com diversos tipos de tecido, importando apenas sua qualidade. “É importante respeitar o clima e a temperatura na hora de escolher o Sling, pois há alguns mais frescos e outros mais quentes. Varia também a elasticidade do tecido”, sinaliza Flávia.
Tipos de Sling
Wrap Sling ou Encharpe: Feito de pano com quase cinco metros que envolve a mamãe e o bebê.
Sling de Argola: Tipo mais comum e também de tecido só que um pouco menor, cerca de dois metros de comprimento. Possui uma argola na ponta para amarração.
Pouch Sling: Forma de amarração parecida com uma rede para carregar confortavelmente o bebê quando bem pequeno ou dormindo.
Ambos os carregadores de bebês devem ser usados por um tempo restrito devido a posição limitada do bebê quando acomodado. Escolher tecidos macios, confortáveis e antialérgicos são recomendações importantes.
E antão, Sling ou Canguru? Os dois produtos são boas opção, o que pode pesar a favor do Sling é a facilidade em tornar a posição do bebê diferente a cada uso. Mas cabe a mamãe experimentar e ver o que mais lhe agrada e o que melhor o seu bebê se adapta.