Fimose é quando não se consegue retrair a pele que cobre a cabeça do pênis para expô-la, porque há uma espécie de anel de fibrose apertando a extremidade.
“O que caracteriza a fimose é a existência deste anel e não a pele aderida à glande, o que é bastante comum, principalmente até a idade de três anos, quando cerca de 90% dos meninos já conseguem expor a glande, retraindo o prepúcio”, afirma Roberta Maria de Holanda, médica pediatra do Hapvida Saúde.
O que é fimose?
Na maioria das vezes, a fimose é diagnosticada logo após o parto e em outros casos durante consulta médica e exame físico. Existem dois tipos diferentes de fimose: a fisiológica e a verdadeira.
É normal a criança nascer com o prepúcio aderido à glande (fimose fisiológica) sem que isto represente uma doença ou fimose verdadeira, pois com o desenvolvimento e crescimento da criança ocorre um descolamento natural dessa aderência.
Esse número cai para cerca de 10% aos três anos de idade e gira em torno de 1 a 3% nos adolescentes.
De acordo com a médica pediatra, geralmente, a fimose é indolor. “A vermelhidão e o inchado pode tornar a área dolorida, mas isso é por conta da incapacidade de realizar a limpeza de forma correta na área”, explica.
Fimose: tratamento
A fimose pode gerar a dificuldade de higienização da cabeça do pênis, facilitando infecções locais e infecções urinárias nas crianças. Casos extremos de fimose, com anel muito estreito, podem causar dificuldade para urinar, ocorrendo a micção por balonamento, ou seja, a urina fica retida na bolsa de prepúcio para depois ser expelida para o meio externo.
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia, na maior parte dos casos não é necessário qualquer tratamento, a fimose melhora espontaneamente. Entretanto, há casos em que a pele que envolve a cabeça do pênis é bastante fechada e com tecido cicatricial. Outras vezes a criança desenvolve inflamações de repetição e infecção urinária.
Muitas mamães de meninos ainda têm muitas dúvidas sobre o que fazer quando o seu filho apresenta fimose. Será necessária cirurgia, massagens ou pomada? Existem dois tipos de tratamento, o primeiro com o uso de creme de corticoide, o outro é o tratamento cirúrgico.
Tratamento com creme
O tratamento inicial, na maioria das vezes, é o uso de pomadas à base de corticoides, que resolve cerca de 80% dos casos. Se não resolver, a cirurgia se faz necessária.
Nos casos menos complicados, como na ausência de infecções do prepúcio e urinárias, o indicado é aguardar entre os 7 e 10 anos, tentando expor a glande com o auxílio de creme de corticoide.
O tratamento com corticoide promove apenas o relaxamento do anel, o que permite a exposição da glande e a higiene, porém mantém o prepúcio intacto.
Importante salientar que o modo de usar o creme deve ser bem orientado por um urologista pediátrico, pois seu uso de forma incorreta pode levar a resultados contrários.
Tratamento cirúrgico
A cirurgia mais utilizada em crianças é a técnica de Plastebell, “que é um anel plástico colocado entre a glande do pênis e o prepúcio. Após 15 dias o anel cai”, explica a médica pediatra Roberta Maria. Trata-se de uma cirurgia rápida (geralmente menos que uma hora) com alta no mesmo dia.
As principais indicações para uma possível cirurgia podem ser:
– Quando a fimose é causa de infecções urinárias repetidas;
– Nas infecções frequentes da pele do prepúcio, conhecidas como balano-postites;
– Nas parafimoses, quando a glande é exteriorizada e não consegue voltar mais à posição normal, causando inchaço e muita dor e quando o ato de urinar é doloroso pelo estreitamento do prepúcio.
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Prevenção
“A melhor maneira de prevenir é ensinar aos pais como realizar a higiene perineal, pois as massagens, se feitas de forma muito vigorosa, podem ferir a pele, levando a uma cicatrização que pode agravar ainda mais a fimose”, elucida a médica pediatra do Hapvida Saúde.
As massagens de retração devem ser evitadas, pois podem causar micro lesões, dor, inflamações ou sangramentos. A cicatrização das micro lesões pode piorar a condição da fimose, já que a cicatriz leva a um estreitamento maior do anel do prepúcio.
Importante ressaltar que o surgimento da fimose não tem uma relação hereditária ou um fator específico como causa evidente que possa predizer quais pacientes terão fimose de fato.